30 de set. de 2012

E o verão chega ao fim!

De Szeged, Hungria, a Estrasburgo, França – De 05/09/2012 a 27/09/2012
De Szeged, na Hungria, seguimos sempre a Oeste, pelo Sul do país. Cruzamos várias cidades e vilas e todas eram muito agradáveis, limpas, silenciosas e organizadas. O que gostamos foi que havia muitas ciclovias, inclusive nas estradas, quando havia dois vilarejos próximos. Mas o melhor mesmo é que, quando não havia ciclovia e os ciclistas tinham que circular pelas ruas junto aos carros, um respeitava o outro. Aliás, automóveis, bicicletas e pedestres parecem viver em harmonia por aqui. Nas estradas sem acostamento, os carros sempre esperavam atrás de nós até que fosse seguro nos ultrapassar, como se fôssemos um carro. O mesmo ocorreu em grande parte dos países seguintes.



Cruzamos a fronteira e, pela primeira vez, não havia guardas e nem checagem de passaporte, apenas uma placa “Slovenjia” e estávamos na Eslovênia! E que país! Logo de cara pensamos que estávamos em um país de mentira. As cidades pareciam feitas de casas de bonecas, sempre bem cuidadas, impecavelmente limpas e com jardins floridos e arrumados. Incrivelmente o país inteiro foi assim. Simplesmente andar pelas cidades e vilas já foi uma atração. Passamos por cidades históricas, com arquitetura antiga, ruas estreitas, igrejas, castelos e fortes, assim como por vilarejos rurais, com criação animal de alta tecnologia e, principalmente o Marcos, agrônomo, ficou impressionado com a organização e limpeza desses lugares.
O país parece conservar muito suas florestas, pois acampamos todos os dias em uma delas. Os rios que cruzavam as cidades eram cristalinos e limpos e dava gosto de ver. O país parece, mesmo, um conto de fadas. Claro que a época que pegamos ajudou muito. Final de verão, já com clima de outono – céu azul, manhãs e noites um pouco frias e dias ensolarados e quentes. Metade do ano o país deve ficar coberto de neve e o conto de fadas termina para mim, mas para quem curte o frio, cruzamos vários centros de esquis nas belas montanhas ainda com grama, mas que em poucas semanas estarão branquinhas. 
O povo é uma mistura de seriedade e simpatia e várias pessoas nos ofereceram ajuda quando estávamos olhando o mapa. As senhoras, principalmente, sempre que nos viam sorriam e achavam graça. Muitas delas, inclusive, de bicicleta. As pessoas mais velhas usam muito bicicleta por aqui, alguns saem da bicicleta e pegam a bengala para andar! Além de termos cruzado com dezenas de ciclistas locais, encontramos centenas de motociclistas da Europa toda. Por sorte, muitos falam inglês por aqui, então não foi preciso aprender Esloveno que nos soou uma mistura de italiano com russo!
Cruzamos a fronteira com a Itália e muitas coisas mudaram inclusive o tempo, que fechou para nós em muitos sentidos. A chuva fria e forte carregou boa parte da simpatia que encontramos na Eslovênia. Nossa experiência com o povo daqui não foi das melhores e ainda esperamos mudar nossa visão daqui. Chegamos com a visão dos animados e simpáticos descendentes de italianos que há no Brasil, mas encontramos o oposto e ficamos desanimados logo de cara. Mas as belíssimas paisagens dos Dolomites e dos Alpes italianos nos deram energia e seguimos cruzando seguidos passos até mais um país, a Áustria, onde ficamos apenas dois dias. Uma pena, pois por aqui o povo é muito educado e sempre ouvimos bom dia, oi e olá, inclusive das crianças.
Entramos, então, na Alemanha e as coisas continuaram boas para o nosso lado. Sérios, claro, mas educados e simpáticos são os alemães também. Nem todos falam inglês, como sempre ouvimos por aí, especialmente em pequenos vilarejos e fazendas. Mas muitos falam ao menos um pouco, o que facilita, já que a língua alemã é bem diferente de tudo que encontramos até então. 
Ficamos um dia na casa do simpático casal Ben e Monika, em Friedrichshafen, bela cidade à beira do Lago Boden (Bodensee). Aproveitamos a paradinha e compramos boas roupas quentes e à prova de chuva, enfim! Por aqui realmente chove muito e agora com essas roupas as chuvas não nos assustam tanto, mas o frio ainda bota medo, por isso continuamos fortes no pedal para fugirmos das grandes neves. Enquanto tentamos fugir daqui, os europeus seguem se preparando para o frio que vem. Vimos pilhas e mais pilhas de madeira e até ficamos surpresos de ver que tantas pessoas por aqui ainda se aquecem com madeira. Além disso, rolos e mais rolos de feno para alimentarem os animais no inverno.
Por incrível que pareça, muitas coisas aqui pelo Oeste Europeu ainda são mais baratas que no Brasil. Ainda achamos muitas coisas baratas e boas para comer, como aveia, leite, pão, queijo, arroz e ainda os deliciosos cremes de chocolate e avelã. As Frutas e verduras são não baratas por aqui. Nessas horas ficamos tristes em ver que nosso Brasil é caro e que o povo tem pouquíssimo retorno...
Deixemos as lamentações de lado! Já a poucos metros da fronteira com a França, avistamos o imenso e famoso Rio Reno. Passamos pela ponte que divide os dois países um pouco tristes por termos de deixar a Alemanha, mas felizes por poder entender as placas em francês e com esperança de poder desenferrujar nosso francês meio tosco. Sem contar que estávamos prestes a reencontrarmos amigos de pedal logo mais!
Chegamos, então, a Strasbourg, cidade com influência alemã, já que foi alvo de disputas e passou pelas mãos de franceses e alemães diversas vezes. Aqui moram Jef e Isa, casal que encontramos no Laos, também de bike, em Dezembro. Na primeira noite ficamos horas e horas conversando sobre as histórias dos países que cruzamos em comum, dando muita risada, comendo chucrute, queijo e torta doce de queijo e, claro, não poderia faltar o famoso vinho. Ótima recepção ao estilo francês! Os dias que se seguiram também foram recheados de ótimas comidas e muitas conversas e risadas. Provamos o verdadeiro croissant francês e o tão falado Foie Gras – fígado de ganso. Bem gostoso, mas só de lembrar como é feito não tenho vontade de comer.
Nossa viagem seguirá, então pela França, onde ficaremos mais tempo que nos outros países, até alcançarmos outra grande cadeia de montanhas, os Pirineus, e chegarmos à Espanha!  Très bien!

Algumas cidades visitadas: Hungria – Szeged, Baja, Bonyhád, Dombóvár, Bohonye, Nagykanizsa; Eslovênia - Lendava, Ptuj, Sentjur, Celje, Kamnik, Skofja Loka, Nova Gorica; Itália – Palmanova, Codroipo, Spilimbergo, Maniago, Longarone, Auronzo di Cadore, Vipiteno; Austria – Brenner, Innsbruck, Telfs, Lermoos, Reutte; Alemanha – Nesselwang, Kempten, Friedrichshafen, Tuttlingen; França – Strasbourg.

Dicas:

Equipamentos:
- Bolsa para bicicleta: tivemos problema com a bolsa Aqua Back Plus da Vaude. Entramos em contato com eles e recebemos um novo par pelo correio.
- Bolsa de água: tivemos problema com a bolsa de água de 10 L da Ortlieb. Entramos em contato com eles e também recebemos uma nova bolsa.
- Suporte de GPS da Garmin: Caro e fraco, quebrou. Entramos em contato com a Garmin, mas tivemos pouco auxílio. Há uma marca que faz suporte para vários GPS que parece ser mais forte – RAM.

Estradas:
- Aconselhamos aos ciclistas procurarem sempre por estradas pequenas (atravessando pequenas vilas) e/ou ciclovias sinalizadas, na Alemanha é possível encontrar mapas à venda de trajetos por vários países da Europa para circulação exclusiva de bicicletas.

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3 de set. de 2012

Bem vindo à Europa

De Istanbul a Szeged – de 12/08/2012 a 02/09/2012

Após a turbulenta saída de Istanbul (com chuva e carros) atravessamos a parte europeia da Turquia com tranquilidade por uma estrada menor, cruzamos com ciclistas estrangeiros quase todos os dias! Belas florestas e pouco movimento nos deram boas oportunidades para acampar. Para chegar até a Bulgária optamos por pegar uma estrada menos movimentada na Grécia. No caminho cruzamos um casal francês de bicicleta que nos deu mapas da Hungria e da Romênia e demos o nosso da Turquia. Tenho lá minhas dúvidas se vimos uma viva alma grega – estrada e ruas desertas! Mas tudo bem, que fique para outra oportunidade.

 
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