2 de jul. de 2012

Sem "tarof"!

De 10/06 a 02/07/2012 - De Isfahan a Tabriz

Anzali

Após tantos dias longe das bikes, retomamos nossa jornada sobre duas rodas indo em direção a Hamedan, onde ficamos com mais uma bela família iraniana. Siavash e sua família nos receberam muito bem! Provamos e nos deliciamos com as diversas comidas iranianas preparadas por sua mãe e tia, além de visitarmos alguns pontos turísticos com seu irmão e primos.
Seguidos caminho rumo a Tabriz, última grande cidade antes das fronteiras com o Azerbaijão, Armênia e Turquia. Mais uma vez, escolhemos seguir por pequenas estradas no meio da montanha e não grandes rodovias planas, barulhentas, monótonas e fedorentas de fumaça de caminhões e ônibus velhos. Foi uma boa escolha, pois as paisagens eram deslumbrantes e passamos por diversos vilarejos isolados e com povo diferente do que víamos. Parte deles era os curdos, não tão bem falados aqui no Irã, assim como pelo mundo, mas a região por onde passamos estava em paz. Os homens vestiam calças largas, panos na cintura e na cabeça, e as mulheres não vestem o chador (lenço preto que cobre o corpo todo), mas sim lenço colorido apenas na cabeça. No final de semana iraniano (quinta e sexta) vimos diversas festas de casamento, nas quais as mulheres se vestem com roupas coloridas, como odaliscas.


Após alguns dias distantes de grandes centros, nos aproximamos de Tabriz e tudo mudou novamente, pois por aqui o povo é Azari e fala outra língua, não o Farsi, ou Persa. Assim como os curdos, esta etnia também deseja criar seu próprio país!
A chegada a Tabriz foi meio caótica, pois a cidade é grande e o trânsito não é dos mais organizados. Mas tudo valeu a pena, pois aqui viemos nos encontrar com nosso amigo Reza, que encontramos em Kashan no início da nossa jornada no Irã. Agora, já no final desta, revemos nosso novo e grande amigo. Além de conhecermos um pouco Tabriz e visitarmos uma vila exótica chamada Kandovan, viajamos com ele 800 km até Teerã, capital do país, cidade onde ele mora. Esta viagem durou dois dias, pois fomos pelas belas montanhas que fazem fronteira com o Azerbaijão e pelo Mar Cáspio. Conhecemos como é uma praia iraniana. A área onde as mulheres podem se banhar é completamente protegida por lonas, pois elas não podem se banhar junto com homens e quem se meter a fuxicar por lá é severamente punido. Nestas áreas, as mulheres podem usar roupas de banho e ficarem à vontade. A área dos homens é aberta, mas não é em toda a praia que é possível nadar, por isso eles ficam todos numa área só, como numa piscina salgada. Após esta breve visita, seguimos para outra cidade na costa, Anzali, e fizemos um passeio de lancha para visitarmos tipo um pantanal salgado e o porto local.

Praia iraniana

Kandovan

No dia seguinte chegamos, enfim, em Teerã! Me senti em São Paulo, com prédios, avenidas imensas, trânsito e tudo o mais. Por aqui as moças não usam muito o chador, mas sim lenços coloridos, pintam o cabelo e usam mais maquiagem, o que sempre é questionado pela polícia.
Para completar a festa, nosso amigo Sina, de Shahin Shahr, foi para Teerã nos vistar. Ficamos três dias na capital e visitamos o imenso bazar (10 km de ruas cobertas – um labirinto!) e vários museus num complexo onde o último rei (shah) iraniano vivia antes da revolução. Um deles foi o mais fantástico, sobre os irmãos Omidvar, os quais, na década de 1950, partiram de moto para uma viagem pelo mundo que durou 7 anos. Eles visitaram, inclusive, muitas tribos na Amazônia. Após esta viagem, eles partiram para uma viagem de carro, que durou 3 anos, pela África!


Irmãos Omidvar



A partida para Tabriz foi um tanto triste após nos despedirmos do Reza, seu filho Vahid, e Sina. Nossa passagem no Irão foi repleta de despedidas, mas temos de seguir caminho e o plano agora é partir para nosso novo destino, a Armênia!

Algumas cidades visitadas: Tabriz, Kandovan, Anzali, Teerã, Chalus

Curiosidades:

- É comum encontrar água potável, gelada e livre nas ruas, rodoviárias, parques, museus e etc. Isso pelo fato de um dos 12 Imans ter morrido de sede.


- A velocidade da internet é muito baixa, pois é limitada pelo governo.


- É cultural entre os iranianos ter "tarof", palavra sem tradução. Resumindo, é oferecer demais por educação. É comum, em algumas lojas e taxis, as pessoas, a princípio, não quererem aceitar o pagemento. Mas não é preciso falar a segunda vez para eles aceitarem.

VEJA MAIS FOTOS AQUI!



2 comments:

Anônimo disse...

M a r a v i l h o s o!!!

Guta disse...

D+!!!

Postar um comentário

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | free samples without surveys