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23 de mai. de 2012

Uma viagem no tempo


De 13 a 23/05/2012 - Tashkent, Samarkand e Bukhara

Ainda estamos em Tashkent, mas já rodamos pelo Uzbequistão, visitamos belas cidades e aqui estamos de volta. A ideia era fazer tudo isso de bicicleta e cruzar o Turcomenistão para chegar ao Irã, mas nosso plano foi por água abaixo, pois o visto de trânsito para o Turcomenistão (o qual teríamos de cruzar em 5 dias) levaria ao menos 20 dias para talvez ser expedido. O pessoal do consulado não foi nada amigável e solícito e nossa solução foi comprar duas passagens de avião para Teerã e visitar o sul do Uzbequistão de ônibus.
Viajamos 4h de ônibus até Samarkand, onde ficamos em um “Bed and Breakfast” muito simpático onde conhecemos muitos turistas estrangeiros, inclusive ciclistas que vieram no sentido oposto ao nosso. Trocamos experiências e dicas, o que é sempre bom!
Samarkand é a cidade mais famosa da Rota da Seda (Silk Road), a qual estamos percorrendo há um bom tempo. É uma das cidades mais antigas da Ásia Central, talvez do século 5 A.C. e já era bem grande quando foi tomada por Alexandre, o Grande e até o século 13 D.C. passou pela mão de diversas etnias, como os persas, mongóis, karakhinidis e outros, até, finalmente, ser quase totalmente destruída por Gengis Khan e por muitos terremotos. Ela foi tão disputada por ligar três regiões importantes: China, Índia e Pérsia.
Visitamos, então, o que sobrou em Samarkand e foi restaurado e podemos dizer que não foi pouco! Registan, muitas madraças, mausoléus e mosteiros. Além disso tudo, passeamos pelo imenso bazar, com muitas frutas e verduras, frutas secas, doces, pães, carnes e roupas. Não vou me prolongar, pois as imagens são melhores que palavras, neste caso.


Pegamos um ônibus e seguimos para Bukhara, considerada a cidade mais sagrada da Ásia Central. Diferente de Samarkand, onde os pontos turísticos são isolados, o centro de Bukhara está muito bem preservado, então andar por esta parte significa estar sempre rodeado de belas e antigas construções, além das imensas a antigas amoreiras.



Após esta viagem no tempo, retornamos para Tashkent – 10h cozinhando no busão – e estamos nos preparando para o Irã!

Curiosidades:
- Aqui na Ásia Central há uma amora que quando madura fica branca, muito branca, e parece uma couve-flor pequena. Além dessa, há muitos pés extremamente carregados de amora roxa. Os pés de cereja também estão carregados nesta época!

- Nos ônibus, é comum vendedores de pães, água, semente de girassol e queijo (um bolinha branca e salgada) entrarem e disputarem entre si a clientela. Aliás, briga é o que não falta nesses ônibus! Preços, poltronas e etc. são sempre motivo de confusão.

Dicas:
- Barganhe bem para pegar ônibus, se alojar em hotéis e para comprar qualquer coisa.

- Em Samarkand, ficamos no Bed and Breakfas Bahodir, e gostamos muito!

- Se possível, não tente o visto de trânsito do Turcomenistão em Tashkent. Encontramos muitos ciclistas que pegaram este visto no Irã em poucos minutos, mas em Tashkent o cônsul foi grosso, não fala inglês e não emite antes de 20 dias.

- Tivemos muita dificuldade em comprar e sacar dólares no Uzbequistão. Então, se possível, traga tudo de que precisa. Após muita busca, sacamos no Banco UzKDB, próximo ao Hotel Grand Mir, com 2% de taxa. Há outro escritório deste banco, mas com taxa de 4%. Tivemos muitos problemas no Banco Nacional do Uzbequistão, então evite.

- Conhecemos o site www.couchsurfing.org e agora somos adeptos. Boa opção para cidades turísticas!

- No metro de Tashkent, os policiais pedem o passaporte, então sempre ande com ele, e revistam, de vez em quando, sua bolsa. O mesmo é feito com o pessoal local.

Veja mais fotos no álbum Uzbequistão!

29 de jan. de 2012

Feliz 2012!


Posted by Marcos


15/01/2012 – 27/01/2012 – de Hoa Binh a Sa Pa

Saindo de Hoa Binh, beirando o Rio Negro, pudemos notar que suprimentos de hortaliças parecem não faltar para a cidade, muitas hortas ao redor e arrozais, como sempre. Cartazes em frente aos restaurantes nos chamavam atenção: “Thit Chó” e a imagem de um cachorro – ali vendia carne de cachorro. Surpreendia-nos ainda mais quando víamos o animal na bancada sendo fatiado com facões de dar inveja, a carne tem coloração bem diferente da carne bovina e suína, ou seja, de coloração mais escura. Aqui ou na China ainda experimentaremos esta iguaria.
Fomos diversas vezes abordados para beber algo alcóolico ou chá junto com os vietnamitas, principalmente em suas casas. Num restaurante, um deles me ofereceu e me levou uma canecona de cerveja morna, bebi-a inteira e, acompanhando cada gole que dava, venho me cumprimentar, o cumprimento vinha sempre após bebermos tudo que nos ofereciam. “Cachaça” de arroz, uma bebida parecida com vinho com pedaços da fruta, uísque e por aí vai...alguns nos recebiam em suas casas e simplesmente ficavam junto a nós, outros curiosos nos perguntavam por meio de gestos o mesmo de quase sempre: “Vocês são casados? Têm filhos? Quantos?” E riam das diferenças de altura entre nós e eles, lado a lado nos medindo e comparando. Certo dia, fomos convidados para almoçar e nos serviram bastante comida, uma recepção e tanta para nós que grande parte do tempo estamos gastando energia e com vontade de comer algo, muitas vezes algo comum outras vezes algo incomum para nós, mas comum para eles. Uma ótima oportunidade para experimentar novas comidas!

Outra ótima oportunidade que tivemos para experimentar comidas novas e típicas foi quando ganhamos 11 pacotinhos de arroz (ao todo – sendo um deles um pacotão) ao longo do trajeto até Sa Pa, onde parávamos para tomar chá, dormir ou simplesmente quando passávamos pelos vilarejos.


Certo dia, dormimos num recinto para os agricultores locais, parecia ser uma espécie de local de treinamento e um dormitório simples, mas a noite não foi das melhores, baratas mortas, aranha e barulhos noturnos que pareciam ser insetos, sendo assim na maioria das vezes preferíamos acampar, mesmo com a alta umidade – certas regiões é realmente difícil acampar, nas montanhas e nos lamaçais dos arrozais.
A questão que se seguia era: ir pelo caminho mais longo para Lao Cai – fronteira com a China ou pelo caminho curto? Optamos pelo curto, passando por Yên Bái, uma cidade um pouco maior, mas retornamos ao outro caminho (longo) para conhecermos uma bela região montanhosa e, especialmente, a cidade de Sa Pa, famosa pelo turismo, belas paisagens e cultura.
O trajeto que seguimos até Yên Bái foi uma aula de agricultura das montanhas, muita plantação de chá, num sobe e desce quase constante por entre curiosos vilarejos. Plantações que pareciam estar focada no consumo bem regionalizado, alguns arrozais e hortas nas calçadas das casas.
Em Yên Bái, assim como em Hoa Binh, as feiras são muito comuns, vende-se desde animais vivos a hortaliças e frutas. Mas tem também os que preferem circular pela cidade em bicicletas ou motos com cestos com galinhas vivas, porcos, ou vegetais. Aliás, o transporte por aqui é algo curioso, nos ônibus era comum ver motos no seu teto do lado de fora, bancos de cimento, árvores, bicicletas e, é claro, as bagagens comuns como malas, tudo misturado.
Nos restaurantes encontramos as placas do tipo de comida que se vende e na calçada deixam uma estante de vidro exposta com os pratos que eles estão servindo, fazemos a combinação e se não for muita comida nos cobram 30.000 dongs por pessoa = R$ 2,70.
Notávamos, por onde passávamos, que todos estavam diferentes, muitas pessoas nas ruas e as ruas enfeitadas, consultamos e descobrimos que o ano lunar marca o início do ano tanto para os vietnamitas quanto para os chineses, então era dia de se preparar para as comilanças comuns para nós mais no Natal, vimos famílias inteiras a beira das calçadas para ajudarem na matança e na limpeza dos frangos. Grandes panelas ferviam à base de lenha.


Mais um ano novo para nós! Passamos o dia 22/01/2011 para o dia 23/01/2012 numa casa simples do vilarejo ao pé da primeira grande serra que pegaríamos para Sa Pa. Todos bem vestidos e alegres. As crianças por ali eram curiosas, porém pacatas e mais discretas.
A descida, após alcançarmos 1.050 m de altitude foi impressionante, não tínhamos visto nada igual aquilo: o ar frio estava sendo empurrado pelo vento e de repente o sol e depois o céu começaram a aparecer rapidamente, quando olhamos vimos a paisagem magnífica que foi surgindo bem abaixo de nós, casa iguais e grupos étnicos que víamos antes (Hmong e Dzao), agora estavam mais frequentes, o céu azul e as montanhas enfeitavam a paisagem.
A derradeira subida para Sa Pa! O maior desafio, subiríamos até 2.010 m de altitude e depois desceríamos até 1.600 m onde se localiza Sa Pa. A subida em si não foi cansativa o que cansou mais foi a umidade e o frio, diferente de tudo que havíamos sentido, a dor nos dedos das mãos e dos pés nos incomodava, logo nos primeiros quilômetros de descida. A 7 km de Sa Pa paramos num vilarejo e aquecemos as mãos numa panela cheia de carvão que uma moça e seus ratos tinham em sua casa (era rato zanzando para lá e para cá, mas ela parecia não se incomodar), agradecemos a hospitalidade e seguimos em frente. Chegando em Sa Pa a cidade estava dominada por uma neblina incrível, não se enxergava 10 m adiante, não conseguíamos ver direito para onde ir na cidade para procurar um local para dormir, tudo ficava mais difícil ainda. Mas enfim o céu começou a aparecer (1 dia e meio depois) e o sol também, mais pessoas saíram as ruas e pudemos ver as montanhas por onde viemos e tudo que rodeia a bela e agradável cidade.
As feiras da cidade de Sa Pa são repletas de roupas de frio e roupas comuns e também acessórios diversos, assim como enfeites e souvenires dos grupos étnicos que estão por toda a parte da cidade, principalmente os Hmong, e a todo momento uma senhora, as vezes crianças, ou Hmong ou Dzao - outro grupo mas em menor quantidade por aqui, vem insistentemente, algumas vezes, oferecer seus itens e acessórios de artesanato típicos como pulseiras, colares e bolsas.
Em Sa Pa encontramos alguns alimentos diferentes e bem típicos como cogumelos; muitas ervas; batata doce, ovos e espetos de diversas carnes na grelha.
A cidade tem uma bela igreja no centro e próximo à praça central, onde se concentram feiras, lojas de roupas, restaurantes e hotéis, todos com muitas opções.
Muito curioso é o comportamento dos grupos que habitam Sa Pa: os homens e crianças Hmong têm o costume de andarem abraçados pelas ruas e jogar badminton com os pés e as mulheres andam de mãos dadas, com seus trajes enfeitados dominam as ruas, andando de um lado para o outro, estando vendendo algo ou não, no final das contas eles acabam sendo a atração principal desta bela cidade.



Curiosidades: É comum, pelos locais onde passamos (mais ao Norte do país), encontrar igrejas católicas, diferente dos outros países onde estivemos.
Possuem o alfabeto romanizado, mas com muitos acentos nas letras e pronuncia complicada.
Os vietnamitas são assíduos bebedores de chás (principalmente chá verde) e bebidas alcoólicas.
Não é fácil encontrar livrarias por onde passamos. Talvez em pontos mais turísticos pode-se encontrar.
Os açougues ficam a beira de estradas e ruas e os animais normalmente são abatidos ali próximo, fatiados com grandes facões nas bancadas e expostos ali mesmo.
É comum o cultivo de hortaliças nas calçadas das casas.
O povo daqui gosta de falar (alto) ao pé do ouvido.



Algumas cidades visitadas: Yên Bái, Mâu A, Lankuy, Sa Pa.

Dicas:

Equipamentos: A bolsa de água (water bag) de 10 L da Ortlieb começou a apresentar vazamento após apenas 10 usos;

Comidas: além dos pratos vietnamitas dos restaurantes, nos suprimos por muito tempo de leite condensado, pão e banana (quando encontrávamos), macarrão instantâneo, ovo (de pata e de galinha), laranja, mexerica, leite de soja e de vaca e refrigerante (somente eu)

Bancos: a maioria atende as bandeiras existentes no Brasil e no mundo Ocidental, no Vietnã a maioria dos caixas possuem limite máximo de saque por vez de 2.000.000,00 dongs, aproximadamente R$180,00, os ATMs da Agribank possuem limite máximo de saque por vez de 5.000.000,00 dongs e os ATMs da BIDV 3.000.000,00 dongs.

Sa Pa:
- esteja preparado para períodos de frio e névoa de Dezembro a Janeiro;
- é possível encontrar pela cidade locais que vendem jaquetas, meias, luvas e roupas em geral para o frio;
- encontramos mercados fora do centro (que não é muito longe) com itens até 50% mais baratos;

Telefonia: A ligação custa em torno de 0,50 USD/minuto para o Brasil. Compram-se os créditos e o chip é de graça.

Estradas: as que constam nos mapas nem sempre são asfaltadas e, em algumas aparentemente de médio porte, não se consegue transitar com carro convencional por ser muito estreita e com íngremes subidas em terra, cascalho e às vezes algumas travessias de rios, consulte bem antes de percorrê-las.

 
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