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14 de out. de 2012

Bonjour Chuvas!


De Estrasburgo a Toulouse, França – De 28/09/2012 a 12/10/2012

As chuvas chegaram pra valer! Mas as chuvas agora não são mais grandes problemas. Conseguimos nos virar bem nas chuvas frequentes que pegamos pela França, pois em sua maioria não foram muito fortes e com as roupas técnicas (com boa “transpirabilidade” e proteção à água) a vida nossa se torna confortável diante deste antes tão temido evento natural.
Mas nem tudo é chuva por aqui! Ficamos encantados pela paixão que o povo francês tem pelo queijo, vinho e outros produtos, muitos deles vindos das fazendas e pequenas fábricas rurais por onde passamos. Vimos várias vezes placas nas entradas das fazendas convidando as pessoas para provarem seus produtos e compra-los ali, diretamente.
Não vou me atrever em detalhar como eles fazem seus queijos, vinhos, pães, pois um toque especialmente francês é o que não falta! Mas provamos alguns queijos nos nossos lanches de almoço: Coulommiers, Camembert e “Fromage du Chèvre” (queijo de cabra).
Quando paramos  nas casas de pessoas que nos oferecem comida provamos diferentes comidas como pato assado e foie gras, afinal de contas nossas pedaladas exigem muita energia, essa é uma boa justificativa para comermos tudo isso!

30 de set. de 2012

E o verão chega ao fim!

De Szeged, Hungria, a Estrasburgo, França – De 05/09/2012 a 27/09/2012
De Szeged, na Hungria, seguimos sempre a Oeste, pelo Sul do país. Cruzamos várias cidades e vilas e todas eram muito agradáveis, limpas, silenciosas e organizadas. O que gostamos foi que havia muitas ciclovias, inclusive nas estradas, quando havia dois vilarejos próximos. Mas o melhor mesmo é que, quando não havia ciclovia e os ciclistas tinham que circular pelas ruas junto aos carros, um respeitava o outro. Aliás, automóveis, bicicletas e pedestres parecem viver em harmonia por aqui. Nas estradas sem acostamento, os carros sempre esperavam atrás de nós até que fosse seguro nos ultrapassar, como se fôssemos um carro. O mesmo ocorreu em grande parte dos países seguintes.



Cruzamos a fronteira e, pela primeira vez, não havia guardas e nem checagem de passaporte, apenas uma placa “Slovenjia” e estávamos na Eslovênia! E que país! Logo de cara pensamos que estávamos em um país de mentira. As cidades pareciam feitas de casas de bonecas, sempre bem cuidadas, impecavelmente limpas e com jardins floridos e arrumados. Incrivelmente o país inteiro foi assim. Simplesmente andar pelas cidades e vilas já foi uma atração. Passamos por cidades históricas, com arquitetura antiga, ruas estreitas, igrejas, castelos e fortes, assim como por vilarejos rurais, com criação animal de alta tecnologia e, principalmente o Marcos, agrônomo, ficou impressionado com a organização e limpeza desses lugares.
O país parece conservar muito suas florestas, pois acampamos todos os dias em uma delas. Os rios que cruzavam as cidades eram cristalinos e limpos e dava gosto de ver. O país parece, mesmo, um conto de fadas. Claro que a época que pegamos ajudou muito. Final de verão, já com clima de outono – céu azul, manhãs e noites um pouco frias e dias ensolarados e quentes. Metade do ano o país deve ficar coberto de neve e o conto de fadas termina para mim, mas para quem curte o frio, cruzamos vários centros de esquis nas belas montanhas ainda com grama, mas que em poucas semanas estarão branquinhas. 
O povo é uma mistura de seriedade e simpatia e várias pessoas nos ofereceram ajuda quando estávamos olhando o mapa. As senhoras, principalmente, sempre que nos viam sorriam e achavam graça. Muitas delas, inclusive, de bicicleta. As pessoas mais velhas usam muito bicicleta por aqui, alguns saem da bicicleta e pegam a bengala para andar! Além de termos cruzado com dezenas de ciclistas locais, encontramos centenas de motociclistas da Europa toda. Por sorte, muitos falam inglês por aqui, então não foi preciso aprender Esloveno que nos soou uma mistura de italiano com russo!
Cruzamos a fronteira com a Itália e muitas coisas mudaram inclusive o tempo, que fechou para nós em muitos sentidos. A chuva fria e forte carregou boa parte da simpatia que encontramos na Eslovênia. Nossa experiência com o povo daqui não foi das melhores e ainda esperamos mudar nossa visão daqui. Chegamos com a visão dos animados e simpáticos descendentes de italianos que há no Brasil, mas encontramos o oposto e ficamos desanimados logo de cara. Mas as belíssimas paisagens dos Dolomites e dos Alpes italianos nos deram energia e seguimos cruzando seguidos passos até mais um país, a Áustria, onde ficamos apenas dois dias. Uma pena, pois por aqui o povo é muito educado e sempre ouvimos bom dia, oi e olá, inclusive das crianças.
Entramos, então, na Alemanha e as coisas continuaram boas para o nosso lado. Sérios, claro, mas educados e simpáticos são os alemães também. Nem todos falam inglês, como sempre ouvimos por aí, especialmente em pequenos vilarejos e fazendas. Mas muitos falam ao menos um pouco, o que facilita, já que a língua alemã é bem diferente de tudo que encontramos até então. 
Ficamos um dia na casa do simpático casal Ben e Monika, em Friedrichshafen, bela cidade à beira do Lago Boden (Bodensee). Aproveitamos a paradinha e compramos boas roupas quentes e à prova de chuva, enfim! Por aqui realmente chove muito e agora com essas roupas as chuvas não nos assustam tanto, mas o frio ainda bota medo, por isso continuamos fortes no pedal para fugirmos das grandes neves. Enquanto tentamos fugir daqui, os europeus seguem se preparando para o frio que vem. Vimos pilhas e mais pilhas de madeira e até ficamos surpresos de ver que tantas pessoas por aqui ainda se aquecem com madeira. Além disso, rolos e mais rolos de feno para alimentarem os animais no inverno.
Por incrível que pareça, muitas coisas aqui pelo Oeste Europeu ainda são mais baratas que no Brasil. Ainda achamos muitas coisas baratas e boas para comer, como aveia, leite, pão, queijo, arroz e ainda os deliciosos cremes de chocolate e avelã. As Frutas e verduras são não baratas por aqui. Nessas horas ficamos tristes em ver que nosso Brasil é caro e que o povo tem pouquíssimo retorno...
Deixemos as lamentações de lado! Já a poucos metros da fronteira com a França, avistamos o imenso e famoso Rio Reno. Passamos pela ponte que divide os dois países um pouco tristes por termos de deixar a Alemanha, mas felizes por poder entender as placas em francês e com esperança de poder desenferrujar nosso francês meio tosco. Sem contar que estávamos prestes a reencontrarmos amigos de pedal logo mais!
Chegamos, então, a Strasbourg, cidade com influência alemã, já que foi alvo de disputas e passou pelas mãos de franceses e alemães diversas vezes. Aqui moram Jef e Isa, casal que encontramos no Laos, também de bike, em Dezembro. Na primeira noite ficamos horas e horas conversando sobre as histórias dos países que cruzamos em comum, dando muita risada, comendo chucrute, queijo e torta doce de queijo e, claro, não poderia faltar o famoso vinho. Ótima recepção ao estilo francês! Os dias que se seguiram também foram recheados de ótimas comidas e muitas conversas e risadas. Provamos o verdadeiro croissant francês e o tão falado Foie Gras – fígado de ganso. Bem gostoso, mas só de lembrar como é feito não tenho vontade de comer.
Nossa viagem seguirá, então pela França, onde ficaremos mais tempo que nos outros países, até alcançarmos outra grande cadeia de montanhas, os Pirineus, e chegarmos à Espanha!  Très bien!

Algumas cidades visitadas: Hungria – Szeged, Baja, Bonyhád, Dombóvár, Bohonye, Nagykanizsa; Eslovênia - Lendava, Ptuj, Sentjur, Celje, Kamnik, Skofja Loka, Nova Gorica; Itália – Palmanova, Codroipo, Spilimbergo, Maniago, Longarone, Auronzo di Cadore, Vipiteno; Austria – Brenner, Innsbruck, Telfs, Lermoos, Reutte; Alemanha – Nesselwang, Kempten, Friedrichshafen, Tuttlingen; França – Strasbourg.

Dicas:

Equipamentos:
- Bolsa para bicicleta: tivemos problema com a bolsa Aqua Back Plus da Vaude. Entramos em contato com eles e recebemos um novo par pelo correio.
- Bolsa de água: tivemos problema com a bolsa de água de 10 L da Ortlieb. Entramos em contato com eles e também recebemos uma nova bolsa.
- Suporte de GPS da Garmin: Caro e fraco, quebrou. Entramos em contato com a Garmin, mas tivemos pouco auxílio. Há uma marca que faz suporte para vários GPS que parece ser mais forte – RAM.

Estradas:
- Aconselhamos aos ciclistas procurarem sempre por estradas pequenas (atravessando pequenas vilas) e/ou ciclovias sinalizadas, na Alemanha é possível encontrar mapas à venda de trajetos por vários países da Europa para circulação exclusiva de bicicletas.

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3 de set. de 2012

Bem vindo à Europa

De Istanbul a Szeged – de 12/08/2012 a 02/09/2012

Após a turbulenta saída de Istanbul (com chuva e carros) atravessamos a parte europeia da Turquia com tranquilidade por uma estrada menor, cruzamos com ciclistas estrangeiros quase todos os dias! Belas florestas e pouco movimento nos deram boas oportunidades para acampar. Para chegar até a Bulgária optamos por pegar uma estrada menos movimentada na Grécia. No caminho cruzamos um casal francês de bicicleta que nos deu mapas da Hungria e da Romênia e demos o nosso da Turquia. Tenho lá minhas dúvidas se vimos uma viva alma grega – estrada e ruas desertas! Mas tudo bem, que fique para outra oportunidade.

9 de jun. de 2012

Um “merci” à história persa

De 25/05/2012 a   09/06/2012 – De Teerã a Shiraz


“Merci” quer dizer obrigado em farsi, a língua oficial do Irã, assim como em francês. A língua, assim como outras formas de expressão como a arte, a música, a religião sofreram influência de diversos povos, portanto não será difícil ouvir expressões e palavras de origem francesa (“merci”) e árabe, por exemplo. Aqui foi o berço da civilização persa e possui ainda muitos traços das antigas civilizações. O povo iraniano é acolhedor, amigável e talentoso em receber visitas em suas casas, por isso e por muitas outras razões iremos dizer muitos “mercis” ainda. Talvez tudo isso seja uma herança de Ciro o grande e todo o seu respeito aos povos com suas diferentes culturas durante seu reinado.
Nossas pedaladas começaram a partir do aeroporto internacional de Teerã - Imam Khomeini, já distante 35 km da capital: “Ufa!”, parece que Teerã não tem um bom trânsito para bicicletas. Foram cansativos os preparativos para o voo de Tashkent para Teerã: bicicletas e bagagens a serem empacotadas, noite no aeroporto... mas enfim tudo terminou bem.
Montamos nas bikes e seguimos por 20 km até pararmos para dormir no segundo andar de uma lanchonete, onde um ratinho correu pelos cantos, mas nada demais, demos um jeito de montar a barraca ali mesmo, e deu certo! No dia seguinte ao acordarmos vimos barracas montadas do lado de fora da lanchonete e tudo estava diferente: a maioria das mulheres todas cobertas com roupas pretas (chador), a língua farsi e as comidas. Mais alguns quilômetros rodados e descobriríamos que é comum os viajantes pararem em locais próximos a estrada reservado para camping e piquenique, normalmente estes locais são próximos às entradas das cidades. Algumas vezes vimos multidões de pessoas acampando e fazendo piquenique de dia, de noite e de madrugada.


Nossa primeira etapa de pedalada foi até a cidade de Shahin Shahr, passando por Qom – uma das cidades mais religiosas do país por ter escolas de teologia e filosofia e ser a cidade de formação do principal líder do país nos tempos modernos – diferente, e confesso que ficamos um pouco acuados, pois estávamos e éramos bem diferentes por ali. A passagem por Kashan foi muito agradável, pois no caminho até lá conhecemos Reza, que se tornou um grande apoiador da nossa viagem e amigo. De Kashan, Reza nos levou até Qamsar, pequeno vilarejo onde dormimos. Conhecemos a interessante fama de Qamsar ser um vilarejo que produz água de rosas para o uso regional e até internacional, muito utilizada no setor alimentício e cosmético.


Conhecemos Kashan: jardins, mansões, bazares e também provamos o kebab iraniano. Fomos até Abyaneh – antiquíssimo vilarejo no meio das montanhas com cultura, língua (antigo persa), religião (zoroastrismo) e hábitos muito peculiares e diferentes do iraniano, quase outro país. Com mais de 5.000 anos de existência, o difícil e talvez inimaginável acesso a este vilarejo fez com que o mesmo ficasse isolado e desconhecido por muitos anos de modo a preservar sua antiquíssima cultura até os dias de hoje, sem a influência e o contato com as grandes civilizações dominantes na época.


De Qamsar (1.700 m de altitude) optamos pela estrada no meio das montanhas para chegarmos a Shahin Shahr, cidade vizinha à famosa Esfahan – “Esfahan nesf-é jahan” – “metade das belezas do mundo”, como disse Renier no século 16. Cruzamos vilarejos no meio das montanhas e chegamos aos inesperados 2.740 m de altitude. Mais um dia e estávamos em Shahin Shahr na casa de Sina e sua família, outro grande entusiasta e apoiador de nossa viagem, que nos levou para conhecer as belezas de Esfahan, como o Jameh Mosque, Sheikh Lotfallah Mosque, Eman Square, Eman Mosque, a Ponte Si-o-Se, o Bazar-e Bozorg, o Palácio Chehel Sotum e outros! Mas as amizades e a hospitalidade do povo iraniano não param por aí: Navid e Malihe em Yazd e Marjan e Mehdi em Shiraz, todos eles tem sido grandes apoiadores e companheiros ao longo da nossa jornada.
Nossa viagem sobre duas rodas deu um tempo para podermos explorar um pouco além do que iríamos explorar sobre duas rodas. Deixamos as bikes em Shahin Shahr e fomos de ônibus para Yazd e Shiraz, importantes cidades com historias riquíssimas e calor, muito calor! Yazd é uma das cidades mais antigas do mundo, é o centro do zoroastrismo e fica entre dois imensos desertos, o Lut e o Kavir. Já em Shiraz, uma das grandes atrações é Persépolis, local que foi o símbolo do Império Persa sob o comando de Ciro o Grande e depois de outros grandes imperadores como Dário I e Xerxes I e que, por fim, acabou nas mãos de Alexandre o grande que incendiou parte do complexo quando conquistou a Pérsia. Persépolis tinha como um dos objetivos reunir diferentes povos conquistados (com amplo salão para convidados), ao longo do império persa, através de festividades como o Nauryz ou Nauroz – evento de celebração da chegada da primavera (por volta de 21 de Março) e também guardar alguns artefatos preciosíssimos. Eram tantos que Alexandre o grande precisou de cerca de 3.000 camelos e mulas para colocar tudo aquilo para fora de Persépolis. Além de Persépolis visitamos as tumbas de dois dos maiores e mais famosos poetas iranianos: Hafez e Sadi, envoltas por esplêndidos e agradáveis jardins; próximo a Persépolis fomos até as impressionantes tumbas ditas serem de Dario I, Dario II, Artaxerxes I e Xerxes I no meio da montanha com escritas cuneiformes e com belas ilustrações esculpidas na montanha, realmente impressionante!
 

Nossa caminhada segue com nosso retorno a Esfahan para daí seguirmos pedalando na parte oeste do país, ondea ainde veremos outras cidades e locais históricos, belas paisagens e esperamos fazer muitas outras amizades também!

Algumas cidades visitadas: Qom, Kashan, Qamsar, Abyaneh, Meimeh, Shahin Shahr, Esfahan ou Isfahan, Yazd e Shiraz.

Dicas:

Dinheiro:
O dinheiro oficial do país é o Rial, mas a grande maioria das pessoas usa Toman, que é 10 vezes menos que o Rial. Então é sempre bom confirmar se o valor está em Toman ou Rial. É possível trocar dinheiro (dólar por rial) em bancos ou em escritórios de troca oficiais, o primeiro possui valor desvantajoso e as vezes cobram comissão, já nos escritórios o valor costuma ser vantajoso.

Alimentação:
- É comum alimentos como: chá preto, pães enormes redondos e bem finos, iogurtes salgados, iogurtes com água e hortelã, arroz com açafrão, hortelã, salsa, melão e melancia. Alguns fast foods são bem populares em algumas regiões como o hamburger e a pizza.

Acampamento e noites de sono:
- É possível encontrar espaços, normalmente nas entradas das cidades, onde viajantes param para dormir à noite (ou até mesmo de dia).

Clima:
- Faz calor de mais de 30°C nesta época do ano, especialmente no sul do país. Nas montanhas o clima tem sido mais ameno.

Estradas:
- Existem opções como as highways, com acostamento, que cruzam o país de norte a sul saindo de Teerã até o Golfo Pérsico assim como de leste a oeste. Rodamos por algumas highways como também por estradas menores, normalmente as menores (quando existe opção para seguir pelas menores) têm paisagens mais belas e exóticas;
- Áreas de descanso são muito utilizadas à beira dos desertos nas grandes rodovias: com lojas de comida, água gelada, restaurantes, mosteiro e posto de gasolina.

Internet:
- Muitos sites são bloqueados, como facebook, blogspot e qualquer outro que tenha alguma palavra filtrada pelo governo;
- É comum encontrarmos internet wi-fi nas casas.

Vistos:
Irã: Muitas nacionalidades podem aplicar sem convite (LOI – letter of invitation), mas com isso o processo é mais rápido na embaixada ou consulado. Adquirimos o convite em 10 dias, por meio da agência Stan Tours por 55 USD´cada. Após recebermos o código por email, fomos ao Consulado do Irã em Bishkek, Quirguistão, com duas fotos (mulheres devem estar com a cabeça coberta), cópia do passaporte e preenchemos um formulário. Eles solicitaram seguro viagem, então entregamos uma cópia do nosso seguro. Caso não tivéssemos, eles nos indicariam uma agência que providenciaria um seguro para o Irã.

Extensão do visto iraniano: Dizem que o melhor lugar para extensão de visto é Shiraz. Realmente foi muito fácil. Duas fotos, cópias do passaporte e visto iraniano, formulário e pagamento de 300.000 Rials (18 USD) num banco próximo e só. Conseguimos 30 dias a partir da data de vencimento do primeiro visto.

Curiosidades:
- Voltamos a ver (desde o Brasil não víamos) as pessoas usando xícaras;
- O garfo e a colher são bastante utilizados nas refeições, uma mão segura o garfo e a outra a colher, sem faca;
- As pessoas tem o costume de jantar às 23hs - 24hs, principalmente nesta época do ano (verão);
- Os parques ficam cheios nas madrugadas. As famílias sentem-se ou deitam-se nos gramados para conversar, comer muita melancia, pepino e tomar sorvete, muitos também se divertem jogando bola e brincando no lago. Os iranianos dizem que isso é a única diversão no país, pois o álcool é proibido e não há baladas. 
- É comum entre os homens usar barba e bigode, até que tenho me disfarçado bem como iraniano;
- Dentro dos ônibus municipais as mulheres sentam-se na parte de trás dos ônibus e os homens na parte da frente;
- É comum ver fotos de mártires da Guerra entre Irã e Iraque pelas ruas e também dos grandes líderes religiosos do país;
- Eles fazem muitas piadas e brincadeiras entre si: como com pessoas de outras cidades e regiões e com diferentes sotaques;
- É obrigatório o uso do lenço na cabeça por todas as mulheres, inclusive estrangeiras, apesar das regras serem mais flexíveis para estas;
- Existe uma cidade – Abadan que é fascinada por futebol, especialmente o futebol brasileiro, os uniformes, o brasão do time tem todos com as cores brasileiras.

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29 de jan. de 2012

Feliz 2012!


Posted by Marcos


15/01/2012 – 27/01/2012 – de Hoa Binh a Sa Pa

Saindo de Hoa Binh, beirando o Rio Negro, pudemos notar que suprimentos de hortaliças parecem não faltar para a cidade, muitas hortas ao redor e arrozais, como sempre. Cartazes em frente aos restaurantes nos chamavam atenção: “Thit Chó” e a imagem de um cachorro – ali vendia carne de cachorro. Surpreendia-nos ainda mais quando víamos o animal na bancada sendo fatiado com facões de dar inveja, a carne tem coloração bem diferente da carne bovina e suína, ou seja, de coloração mais escura. Aqui ou na China ainda experimentaremos esta iguaria.
Fomos diversas vezes abordados para beber algo alcóolico ou chá junto com os vietnamitas, principalmente em suas casas. Num restaurante, um deles me ofereceu e me levou uma canecona de cerveja morna, bebi-a inteira e, acompanhando cada gole que dava, venho me cumprimentar, o cumprimento vinha sempre após bebermos tudo que nos ofereciam. “Cachaça” de arroz, uma bebida parecida com vinho com pedaços da fruta, uísque e por aí vai...alguns nos recebiam em suas casas e simplesmente ficavam junto a nós, outros curiosos nos perguntavam por meio de gestos o mesmo de quase sempre: “Vocês são casados? Têm filhos? Quantos?” E riam das diferenças de altura entre nós e eles, lado a lado nos medindo e comparando. Certo dia, fomos convidados para almoçar e nos serviram bastante comida, uma recepção e tanta para nós que grande parte do tempo estamos gastando energia e com vontade de comer algo, muitas vezes algo comum outras vezes algo incomum para nós, mas comum para eles. Uma ótima oportunidade para experimentar novas comidas!

Outra ótima oportunidade que tivemos para experimentar comidas novas e típicas foi quando ganhamos 11 pacotinhos de arroz (ao todo – sendo um deles um pacotão) ao longo do trajeto até Sa Pa, onde parávamos para tomar chá, dormir ou simplesmente quando passávamos pelos vilarejos.


Certo dia, dormimos num recinto para os agricultores locais, parecia ser uma espécie de local de treinamento e um dormitório simples, mas a noite não foi das melhores, baratas mortas, aranha e barulhos noturnos que pareciam ser insetos, sendo assim na maioria das vezes preferíamos acampar, mesmo com a alta umidade – certas regiões é realmente difícil acampar, nas montanhas e nos lamaçais dos arrozais.
A questão que se seguia era: ir pelo caminho mais longo para Lao Cai – fronteira com a China ou pelo caminho curto? Optamos pelo curto, passando por Yên Bái, uma cidade um pouco maior, mas retornamos ao outro caminho (longo) para conhecermos uma bela região montanhosa e, especialmente, a cidade de Sa Pa, famosa pelo turismo, belas paisagens e cultura.
O trajeto que seguimos até Yên Bái foi uma aula de agricultura das montanhas, muita plantação de chá, num sobe e desce quase constante por entre curiosos vilarejos. Plantações que pareciam estar focada no consumo bem regionalizado, alguns arrozais e hortas nas calçadas das casas.
Em Yên Bái, assim como em Hoa Binh, as feiras são muito comuns, vende-se desde animais vivos a hortaliças e frutas. Mas tem também os que preferem circular pela cidade em bicicletas ou motos com cestos com galinhas vivas, porcos, ou vegetais. Aliás, o transporte por aqui é algo curioso, nos ônibus era comum ver motos no seu teto do lado de fora, bancos de cimento, árvores, bicicletas e, é claro, as bagagens comuns como malas, tudo misturado.
Nos restaurantes encontramos as placas do tipo de comida que se vende e na calçada deixam uma estante de vidro exposta com os pratos que eles estão servindo, fazemos a combinação e se não for muita comida nos cobram 30.000 dongs por pessoa = R$ 2,70.
Notávamos, por onde passávamos, que todos estavam diferentes, muitas pessoas nas ruas e as ruas enfeitadas, consultamos e descobrimos que o ano lunar marca o início do ano tanto para os vietnamitas quanto para os chineses, então era dia de se preparar para as comilanças comuns para nós mais no Natal, vimos famílias inteiras a beira das calçadas para ajudarem na matança e na limpeza dos frangos. Grandes panelas ferviam à base de lenha.


Mais um ano novo para nós! Passamos o dia 22/01/2011 para o dia 23/01/2012 numa casa simples do vilarejo ao pé da primeira grande serra que pegaríamos para Sa Pa. Todos bem vestidos e alegres. As crianças por ali eram curiosas, porém pacatas e mais discretas.
A descida, após alcançarmos 1.050 m de altitude foi impressionante, não tínhamos visto nada igual aquilo: o ar frio estava sendo empurrado pelo vento e de repente o sol e depois o céu começaram a aparecer rapidamente, quando olhamos vimos a paisagem magnífica que foi surgindo bem abaixo de nós, casa iguais e grupos étnicos que víamos antes (Hmong e Dzao), agora estavam mais frequentes, o céu azul e as montanhas enfeitavam a paisagem.
A derradeira subida para Sa Pa! O maior desafio, subiríamos até 2.010 m de altitude e depois desceríamos até 1.600 m onde se localiza Sa Pa. A subida em si não foi cansativa o que cansou mais foi a umidade e o frio, diferente de tudo que havíamos sentido, a dor nos dedos das mãos e dos pés nos incomodava, logo nos primeiros quilômetros de descida. A 7 km de Sa Pa paramos num vilarejo e aquecemos as mãos numa panela cheia de carvão que uma moça e seus ratos tinham em sua casa (era rato zanzando para lá e para cá, mas ela parecia não se incomodar), agradecemos a hospitalidade e seguimos em frente. Chegando em Sa Pa a cidade estava dominada por uma neblina incrível, não se enxergava 10 m adiante, não conseguíamos ver direito para onde ir na cidade para procurar um local para dormir, tudo ficava mais difícil ainda. Mas enfim o céu começou a aparecer (1 dia e meio depois) e o sol também, mais pessoas saíram as ruas e pudemos ver as montanhas por onde viemos e tudo que rodeia a bela e agradável cidade.
As feiras da cidade de Sa Pa são repletas de roupas de frio e roupas comuns e também acessórios diversos, assim como enfeites e souvenires dos grupos étnicos que estão por toda a parte da cidade, principalmente os Hmong, e a todo momento uma senhora, as vezes crianças, ou Hmong ou Dzao - outro grupo mas em menor quantidade por aqui, vem insistentemente, algumas vezes, oferecer seus itens e acessórios de artesanato típicos como pulseiras, colares e bolsas.
Em Sa Pa encontramos alguns alimentos diferentes e bem típicos como cogumelos; muitas ervas; batata doce, ovos e espetos de diversas carnes na grelha.
A cidade tem uma bela igreja no centro e próximo à praça central, onde se concentram feiras, lojas de roupas, restaurantes e hotéis, todos com muitas opções.
Muito curioso é o comportamento dos grupos que habitam Sa Pa: os homens e crianças Hmong têm o costume de andarem abraçados pelas ruas e jogar badminton com os pés e as mulheres andam de mãos dadas, com seus trajes enfeitados dominam as ruas, andando de um lado para o outro, estando vendendo algo ou não, no final das contas eles acabam sendo a atração principal desta bela cidade.



Curiosidades: É comum, pelos locais onde passamos (mais ao Norte do país), encontrar igrejas católicas, diferente dos outros países onde estivemos.
Possuem o alfabeto romanizado, mas com muitos acentos nas letras e pronuncia complicada.
Os vietnamitas são assíduos bebedores de chás (principalmente chá verde) e bebidas alcoólicas.
Não é fácil encontrar livrarias por onde passamos. Talvez em pontos mais turísticos pode-se encontrar.
Os açougues ficam a beira de estradas e ruas e os animais normalmente são abatidos ali próximo, fatiados com grandes facões nas bancadas e expostos ali mesmo.
É comum o cultivo de hortaliças nas calçadas das casas.
O povo daqui gosta de falar (alto) ao pé do ouvido.



Algumas cidades visitadas: Yên Bái, Mâu A, Lankuy, Sa Pa.

Dicas:

Equipamentos: A bolsa de água (water bag) de 10 L da Ortlieb começou a apresentar vazamento após apenas 10 usos;

Comidas: além dos pratos vietnamitas dos restaurantes, nos suprimos por muito tempo de leite condensado, pão e banana (quando encontrávamos), macarrão instantâneo, ovo (de pata e de galinha), laranja, mexerica, leite de soja e de vaca e refrigerante (somente eu)

Bancos: a maioria atende as bandeiras existentes no Brasil e no mundo Ocidental, no Vietnã a maioria dos caixas possuem limite máximo de saque por vez de 2.000.000,00 dongs, aproximadamente R$180,00, os ATMs da Agribank possuem limite máximo de saque por vez de 5.000.000,00 dongs e os ATMs da BIDV 3.000.000,00 dongs.

Sa Pa:
- esteja preparado para períodos de frio e névoa de Dezembro a Janeiro;
- é possível encontrar pela cidade locais que vendem jaquetas, meias, luvas e roupas em geral para o frio;
- encontramos mercados fora do centro (que não é muito longe) com itens até 50% mais baratos;

Telefonia: A ligação custa em torno de 0,50 USD/minuto para o Brasil. Compram-se os créditos e o chip é de graça.

Estradas: as que constam nos mapas nem sempre são asfaltadas e, em algumas aparentemente de médio porte, não se consegue transitar com carro convencional por ser muito estreita e com íngremes subidas em terra, cascalho e às vezes algumas travessias de rios, consulte bem antes de percorrê-las.

1 de dez. de 2011

Tailândia II – Parque Nacional, leve acidente e muita cultura tailandesa / Thailand II - National Park, and accident and a lot of Thai culture

Posted by Marcos

20/11/2011 - 30/11/2011 - De Phetchabun a Sung Men, Phrae, Tailândia

Fizemos um segundo dia de descanso para recuperar as energias. Hotel de beira de estrada, chalezinhos bonitos por fora, mas nem tanto por dentro, isto porque o colchão era incrivelmente duro, o banheiro alagadiço, chuveiro com água gelada, fedor incessante, canequinha para descarga e só, sem esquecer das duas garrafas de água e do rolo de papael higiênico– brindes da casa! Fomos jantar e fizemos “amizade” com uma senhora, a cozinheira, que ria muito de nós quando chegávamos e fazíamos qualquer coisa: quando tentávamos falar tailandês, do jeito de comer, se comentávamos alguma coisa em português, tudo isso com as outras pessoas em volta interagindo e dizendo “um não sei o que”. Eu sempre brincava com a Lila que eles estavam falando mal de nós.



Tentamos escrever o nome dos pratos que tínhamos gostado do cardápio para pedir em outros lugares, tentávamos entender as pronúncias para poder pedir sem tanto enrosco e assim fomos nos virando, assim fazíamos sempre que tínhamos oportunidade, nos restaurantes e com tailandeses que se comunicavam em inglês.



Feira livre tailandesa: muito curiosa, com frutos, vegetais e carnes, tudo muito diverso, bem diferente do usual. Rodamos por várias lojinhas de tranqueiras usadas, em estoque, empoeiradas e que vendiam de tudo um pouco, desde fertilizantes até material escolar, parecia ser comum para eles esse tipo de comércio.



Nas estradas: muita agricultura, muito arroz, em todo formato, desde no campo verdinho ainda até ensacado na porta do armazém para ser vendido, nas caçambas de caminhonetes de todo tipo que se enfileiravam para vender o que tinham. Aliás, caminhonetes por aqui é muito comum, é muito comum também um caminhão sem cabine com motor de tobata-encanteiradora, muito lento, mas entra em arrozal, anda na estrada e carrega muito peso – apelidei-a de pipoqueira, pois seu ronco parece o de uma panela pipoqueira estourando pipoca. Nang Bang Cave: encontramos uma caverna-templo cheirando a mofo, com muitos morcegos e imagens de Buda para todo lado, tudo indicava ser a improvisação de um templo budista enquanto o oficial não terminava de ser construído, ainda em obras. Imaginávamos encontrar uma caverna turística, mas o que vimos era isso... e também alguns papéis que pareciam ser os mantras, largados numa mesa e alguns estranhos tambores e pratos.



Contatos: quem tentava se comunicar com a gente, com simpatia, muitas vezes acabava indo embora sem êxito, sorridente, nos desejando boa sorte, mas sempre ficava uma vontade de saber mais, eles de nós e nós deles. Tivemos companheiros animais como o gato “Pixinguinha” que comeu atum com a gente, a galinha e seus pintinhos – companheiros de sono, as crianças que sempre nos adoravam – nossos professores de tailandês - os monges – que nos davam abrigo, água e comida - as cozinheiras, as formigas (rs) e outros seres, que as vezes nem vemos (rs). A molecada era toda curiosa com a nossa presença e, aos poucos, se soltavam conforme íamos dando liberdade e quando víamos, já estavam sentados, brincando, tentando nos ensinar tailandês e a gente tentando ensiná-los inglês e português. Aprendemos bastante com as crianças, também. Elas nos diziam, certa vez: “Gusbye, gusbye”...e a professora, toda participativa, vinha vindo com a sua caminhonete em direção a eles para carregar a caçamba de crinaças e leva-los para suas respectivas casas. Noite agitada de acampamento em escola, mas legal, conhecemos um pouco mais das crianças tailandesas!



O parque nacional Phu Hin Rong Kla abrange com uma área de 30.700 há e é considerado tanto uma reserva natural como um local histórico onde foram travadas batalhas entre a ala comunista tailandesa e o governo tailandês. O parque preserva os pontos históricos como os escritórios administrativos dos comunistas, o local onde se travaram as batalhas e o local onde os comunistas hasteavam a bandeira quando venciam as forças do governo.



Entrada do parque. Pagamos os 420 bahts cobrados, após o rapaz da guarita nos sinalizar com as mãos plano, se não ficaríamos por ali mesmo, acampados bem no topo da serra. O frio seria enorme de madrugada, mas mais subida não seria possível. Adentramos no parque, e realmente não tinham tantas subidas, uma ou outra curta e muita descida, sorte: não seria tão custoso um banho gelado, mas o frio permanecia e o banho gelado foi custoso.



Subida, muita subida. Subimos de 120m de altitude, por uma estrada sinuosa e movimentada por repolheiros, para os 1.820m, tudo isso para chegar ao Parque Nacional Phu Hin Rong Kla. Nunca havíamos subido tanto assim de uma vez só. Viramos atração: todos que passavam por ali e também estavam turisticamente tiravam fotos de nós, muitos deles faziam isso quando estávamos de costas (rs), uma família grande, um casal numa motoca que mal subia aquelas pirambeiras, um grupo a frente e outros. Repolho? Tinha aos milhares, plantados no meio das rochas em inclinações inimagináveis, e a estrada fazendo curvas, e a cada curva uma surpresa, mais ingreme ainda! E tudo abaixo ia ficando miudinho. O cansaço estava forte, muitos quilos na bagagem e pernas queimando, a paisagem, a ventania, aquela altura toda, valia a pena, depois descansaríamos...algumas  vezes, após a passagem pela vila no alto do morro e comido bolacha e refrigerante, o vento batia tão forte que era difícil controlar o peso das bicicletas, ficávamos pêndulos e a mercer de sua força, que era grande. Muitas fotos tiradas de diversas alturas, das estradas em curvas e de nos naquele cenário magnifico.



Dia de descanso: cozinhamos com alimentos do local, a Lila descobriu uma feirinha de agricultores daqui mesmo e barganhamos e compramos bananas, repolho, um brotinho que parecia ser de repolho bem utilizado nos pratos tailandeses, uma espécie de batata, mas mais adocicada e branca com pontinhos roxo por dentro - uma mistura de batata doce com cará - cenoura, arroz e atum. Fizemos um preparado que nos rendeu um ótimo almoço e uma sobrinha para a janta. Filtramos água, tomamos banho 2hs da tarde por causa do frio da água e do local.



Tudo preparado. Era jantar num dos restaurantes do parque, o qual apelidamos de Restaurante da Cassiana - local simples, muito bom, pessoal simpático e atencioso (até aprendemos os nomes de alguns pratos e os números em tailandês com a Cassiana), preparar alguns apetrechos dentro da barraca e dormir para o dia seguinte. Mas como que planejado o esquecimento de troco, a Lila estava apenas com 1000 Bahts e a Cassiana não tinha trocado, então nos devolveu e pediu que pagássemos no dia seguinte, mas dia seguinte sairíamos bem cedo, não teria dia seguinte, então ela foi buscar trocado os 120 Bahts, pagamos e a Cassiana e toda a turma do restaurante que estava reunida (sexta-feira à noite) bebendo nos ofereceram bebidas (uísque e uma espécie de pinga fraquinha), bebemos, nos despedimos e no caminho para a barraca uma centopeia morde meu pé, sem saber e desesperado tiro a meia e vejo o bicho andando meio transtornado a minha frente. Corremos ou tentamos correr de volta ao restaurante para pedir ajuda. Lá todos muito dispostos a ajudar correm dali e daqui e providenciam uma caminhonete para irmos até o hospital, depois de ter providenciado meus documentos pessoais e documentos para acionar o Seguro da Vital Card. A dor e formigamento chegou até a panturrilha, pensei, esse trem é venenoso.



A dor não passava, já no hospital de Nakhon Thai, conseguimos ser atendidos por uma enfermeira que falava algo em inglês, nossa salvação! Fui muito bem atendido, algumas injeçõezinhas para dor e antitetânica e daí ficaria sob observação por uma noite, me levaram até o quarto onde repousei e estiquei a perna para no dia seguinte já receber alta logo de manhã. Da maneira que conseguíamos íamos retribuindo a força que nos davam nos momentos difíceis, principalmente. A Lila encontrou com um dos visitantes de um dos pacientes no supermercado que ele lhe deu carona até o hospital, de motoca, demos grande parte do pão que havíamos comprado a um rapaz que parecia ter sofrido acidente, desolado, sobrevivendo a base de aparelhos e que o recebeu com muita alegria.



A Vital Card nos deu um atendimento direto, sem complicações, bem claro e muito atencioso. Entraram em contato com o hospital, acertaram gastos de internação e medicamentos e tudo beleza!



Passamos mais três dias no parque, relaxados e despreocupados. Pé para o alto, massagem, alimentação e descanso até o pé desinchar. Aproveitamos o tempo para tentar decifrar mais alguns pratos tailandeses e ficar à toa pra valer, às vezes é necessário!



Saindo do parque descemos bastante, afinal 1.500 metros não é muito comum por aqui. Chegamos aos 200 metros, voltando ao forte calor. Passamos por Nakhon Thai 33 km adiante ao parque, cidade simples e interiorana; tomamos um iogurte, comemos picolé e continuamos pela via principal, já no desvio planejado, em busca de banana, vimos algumas penduradas e Tao lai? (Quanto custa?) A senhora nos respondeu algo que não entendemos, estendendo os 2 cachos de bananas (no ponto pra comer e guardar um tanto), insistimos em pagar o que costumávamos pagar (15 Bahts), mas a senhora não aceitou e acabamos por aceitar o tótimos presente!



Algumas cidades visitadas: Phetchabun, Lom Sak, Nakhon Thai, Chat Trakan, Thong Saeng Khan.



Dicas:

Seguro: Sempre que precisar acionar seguro viagem, faça-o imediatamente após o ocorrido.

Telefonia: Na Tailândia, o custo baixo de ligações é baixo (cerca de R$ 0,80 de celular para o Brasil e R$ 0,40 de telefone fixo para o Brasil) e boa cobertura de celular.

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20/11/2011 - 30/11/2011 - From Phetchabun to Sung Men, Phrae, Thailand

We took a rest for the second time to recover the energy. We stayed at a Hotel by the road side, there were little chalets which were beautiful from outside but not that beautiful from inside, that was because the mattress was incredibly firm, the bathroom was wet, only cold shower, an incessant bad smell, only a little mug for flushing, two bottles of water and a roll of toilet paper (the last two were freebies). 

So, we had dinner and started a “friendship” with a woman, a cook who laughed a lot at us as we did anything: when we tried to speak Thai, the way we ate, when we commented about something in Portuguese. Just to get better, there were other people around her chatting and saying things we didn't understand. I used kid Lila by saying that they were gossiping about us. We tried to write the name of the dishes we had tasted before to order them in other places, we also tried to learn the right pronunciation to be easier understood. That was the way we managed the communication problems... whenever we got the opportunity, in restaurants and with Thai people who could speak English. 

Thai market: very interesting, there were all kinds of fruit, vegetables and meat... It's very different from what we've seen before. We passed by several stalls where dusty used stuff were being sold and also stocked. They sold a little bit of everything, from fertilizers to school supplies, It's seemed to be a common trade for them. 

On the roads:  a lot of agriculture activities, plenty of assorted rice,  from the unripe ones cultivated on the fields to the packed ones placed at the door of grocery stores or on the back of pickup trucks parked aligned by the road side. By the way,  pickup trucks are very common here, so is the trucks with no cab and engine known as "tobata", it's a very slow truck but it's suitable for rice field and roads, besides the fact it carries heavy loads - I call it "pipoqueira" (popcorn pan), because the noise it makes reminds me of corns popping in a pan.  

Nang Bang Cave: We found a cave temple which smelled like mildew, there were bats in it as well as several Buda's portraits, everything made us suppose that that was an improvisation of a Buddhist temple while a definitive one was being built. We were supposed to find a touristic cave but that was what we found...There were some pieces of paper which looked like mantras on a table, as well as some weird drums and some plates. 

Communication:  Who tried to communicate with us with sympathy, ended up going away cheerful most of the time, wishing us good luck and in the mood for knowing more about us and we about them. We took some animals as friends as well, like a cat called "Pixinguinha", which ate tuna with us, and a chicken and its chicks, which were our nap companion. We met some children, (who liked us a lot), our Thai teachers, the monks (who gave us shelter, water and food), the cook, the ants, (lol) and other living beings, which we can't even see (lol).  The kids were very curious and shy with our presence, but, little by little, they got rid of the inhibition as we encouraged them. When we realized, they were sat, playing, trying to teach Thai to us and, in return, we tried to teach them some English and Portuguese. We learned a lot with those children too. They said to us: "Gusbye Gusbye" as the participative teacher arrived on a pickup truck to carry them to their respective homes. What an exciting camping in the evening at a primary school!.. very cool!.., we had the opportunity to know a bit more about Thai children. 

The Phu Hin Rong Kla National Park  encloses an area of 30.700 há and it is considered, in such a way, as a natural reserve as a historical place where battles between the Thai communist section and the Thai government were fought. The park preserves historical areas and the administrative offices of the Communists, the place where battles were fought and where the Communists displayed the flag when they defeated the government forces.  
The entrance in the park: We paid a 420-baht fee to get in the park. If a guy hadn't made some hand signs to call our attention from a sentry box, we would have remained there and camped right at the top of the hill. It seemed that the night was going to be a freezing one, but we couldn't bear ascending any longer. 

We got into the Park, it really didn't  have many slopes, only some ascent and a lot of descent (luckily!). It wouldn't be that difficult to take a cold shower, but the coldness would remain, making a cold shower very unpleasant. Ascent, much ascent. We went up from 120m of altitude, on a winding road full of cabbage merchants, to 1.820m of altitude, we did all that to arrive at the Phu Hin Rong Kla National Park . We had never gone so far at once. We turned attraction: every tourist who passed us by took some shots of us, many of them did that as we were on our back to them (e.g a big family, a couple on an old motorcycle that hardly could face that steep ascent, a group of people ahead and many others). What about the cabbage? There were thousands of them, growing among the rocks on unimaginable inclination, and the winding roads making curves, for each curve a surprise, other curve even steeper! As we proceeded upwards, everything left behind was getting tiny. We were very tired, carrying a lot of load in the panniers and our legs seemed to be in flames..., but the view, the cool wind and all that height were worth it, we could rest later… We took a break in a village on the top the hill to eat some cookies and drink soft drink... after that we proceeded but the wind was so strong that it was difficult to control the bikes, we were swinging like a pendulum and under the wind's influence. We took Many pictures from different heights of the road in curves and of us as well making part of that stunning scenery.
A day off: We cooked using local ingredients, Lila discovered a little market organized by local agriculturists with who we negotiated and bought bananas, cabbage, a sprout which seemed to be a cabbage (this sprout is widely applied in Thai dishes), a kind of sweet potato (it was white with purple spots inside - It looked like a mixture of a sweet potato with a dasheen), carrots, rice and tuna. We prepared a meal which satisfied our hunger in the lunch time and remained a bit for dinner. We filtered some water and took a shower at two O'clock p.m. because of the cold water and the cold weather. 

Everything was arranged: We were supposed to have dinner at one of the restaurants of the park, which we nicknamed Cassiana's Restaurant - simple location, good service, likeable and considerate attendants (We learned the names of some dishes and the numbers in Thai with the aid of Cassiana) - prepare some equipment inside the tent and go to bed. But we forgot to take some change, Lila only took a 1000-Baht bill and Cassiana didn't have the change, so she gave it back asking us to pay her in the following day. But we explained her that there wouldn't be a following day once we would leave early in the morning. So, she had to got the 120-Baht change - After solving that problem, we paid the bill and said good bye to Cassiana and all the staff of the restaurant who were gathered togheter on Friday night drinking and offering us beverage (like whiskey and a kind of Cachaça with a low quantity of alcohol by volume).. That was cool!. 

On the way back to the tent, something bit my foot... unknowing what, I despairly took off my socks and I saw a dizzy centipede crawling before me. We ran or even tried to run back to the restaurant to ask for some aid. There, everyone put up a fight to help, running back and forth in order to find a pickup truck to take me to the hospital (of course, after taking all my personal documents and the documents needed to call for the travel insurance - provided by Vital Card). I could feel the pain and the tingle reaching my legs and knees which made me think that sting was poisonous.  

 At the Hospital of Nakhon Thai, we fortunately met a nurse who could speak English, (That was our salvation!). I was well treated, I took some injections to stop the pain and anti-tetanus vaccines. After that, I had to stay at the hospital to be monitored for a night. They took me to a room where I could rest my leg and wait until be discharged from hospital in the following morning. 

As far as possible, we tried to repay the help provided by the Thai people during the difficulties. In the supermarket, Lila met one of the patients' visitors which gave her a ride to the hospital by motorcycle, so we donated a great amount of the bread we had bought to a desolate guy who seemed to have suffered an accident, we was surviving with the aid of an equipment. He accepted our offer with lots of joy.  

Vital Card gave us  a clear, direct, considerate and uncomplicated attendance. They got in contact with the hospital, paid the expenses for the admission and medicines... and everything was solved! 

We stayed for more three days in the park, totally relaxed and  carefree. Legs hung up-side down, massage, feeding and resting until my foot reduce the swelling. We took that time to try to decipher some Thai dishes and to just hang loose, which is necessary sometimes!  

After leaving the park, we went down all the way back, because 1,500 meters of altitude is not very common here. We arrived at the 200 meters of altitude, coming back to the strong heat. We passed through Nakhon Thai -  33 km from the park, it's a simple and provincial town; We took a break to have some yoghurt and ice pop... and then, we proceeded through the main road, according to our plan, looking for bananas for sale. We saw some bananas exposed, so we asked: "Tao lai?" (How much is it ?). The woman answered something that we didn't understand, showing two bunches of bananas (they were ripe enough to eat and to store for future consumption), we insisted in paying what we used to pay for it (15 Bahts), but that woman didn't accept our offer and we ended up accepting that nice gift!  

Some visited cities: Phetchabun, Lom Sak, Nakhon Thai, Chat Trakan, Thong Saeng Khan.  

Tips: 
Insurance: Whenever you need to call for the travel insurance, do it immediately.  
  
Telephony: In Thailand, the cost of a call is low (about 0,50USD per min - an international call to a cellphone in Brazil and 0,25USD per min - an international call to a landline in Brazil) and good cellphone coverage.

21 de nov. de 2011

Tailândia I - Pé na estrada / Thailand I - On the road



Posted by Marilia


13/11/2011 - 19/11/2011 - De Bangcoc a Phetchabun, Tailândia.


Agora sim, finalmente partimos rumo à Europa, no dia 13 de Novembro! Pegamos um trem até uma estação que nos afastou um pouco da muvuca do centro da capital Tailandesa e começamos a pedalar.

Bom, decidimos mudar nossa rota logo no começo, e não vamos mais para o Camboja. Queríamos muito conhecer os templos de Siem Reap, chamados Angkor Wat, mas como tivemos de ficar esperando minha mala, a questão “clima no futuro” pegou, e não queremos pegar frio na Russia (se é que o roteiro não muda até lá!). E também, conversamos com quem visitou o lugar e nos disseram que o caminho até lá – 360 km de Bangcoc – não é bonito. Bom, o fato foi que reformulamos o caminho rumo ao norte da Tailândia!

O primeiro dia foi, basicamente, uma fuga de Bangcoc. Pedalamos 70km até Chachoengsao, onde chegamos no final da tarde e o dilema começou – onde armar nossa barraca? Depois de rodar um pouco pela cidade, decidimos pedir em algum templo, o que não falta pelo país todo.
Por fim, armamos nossa barraca em um ring de boxe tailandês, ensinado a crianças órfãs acolhidas por um monge que nos recebeu muito bem, oferecendo comida, banho e água.

Fora a novidade de dormir em um templo, vimos que o negócio de chuveiro e privada como conhecíamos era luxo de Bangcoc. Banho frio de caneca e privada turca, cuja descarga é um potinho com o qual você joga água e manda tudo embora.

No segundo dia, desviamos para uma estrada menor que estava bem mais tranquila, aliás muuuito tranquila. A paisagem era sempre alagadiça e a cada quilômetro víamos um tipo de criação diferente – peixe, camarão, lula. Nessa noite, não titubeamos e também dormimos em um templo com uma área externa imensa, onde viviam poucos monges, talvez uns seis. Nem precisamos de despertador, porque às 4 e 30 da matina eles começaram a cantar mantras e uma caixa de som imensa e alta reverberava a cantoria. Bem diferente!

Até então, foram quase 200 km de plano, totalmente plano, quase ao nível do mar. No terceiro dia, as coisas mudaram depois que adentramos em um Parque Nacional, o Khao Yai. Foram 35 km de subida em uma estrada perfeitamente asfaltada, envolta por muita floresta, macacos, pássaros e até elefantes, que não vimos, somente suas fezes (secas!). Dormimos, praticamente, em um spa de luxo – um camping com chuveiro (com água fria) e uma das privadas “normais”. Subimos quase 1.000m, então o clima mudou bastante, já com noites frias e dias menos abafados.

Passamos o dia seguinte no camping, lavamos roupa, escrevemos para o blog, descansamos, caminhamos, comemos, enfim, relaxamos as pernas! Tudo isso na companhia de muitos veados espalhados pela área do camping, buscando comida.

No camping, conhecemos um casal que vive na Austrália, Kora e Yan, que também estava viajando de bike – da Inglaterra à Austrália! Haviam partido em Março e pareciam ter outras experiências com esse tipo de viagem, então aproveitamos para trocar umas ideias e vimos que não estamos muito fora do esquema.

Saímos do parque e seguimos ao Norte por estradas pequenas, com pouco movimento. Iniciamos um trecho mais rural, com muitas plantações e pomares – milho, cana, mandioca, fruta do conde (delícia!), pitaia e arroz. Andamos mais três dias, agora com mais calor e muito sol. Já no meio da manhã, o sol é muito forte! Já não estávamos mais passando por lugares em que turista é comum, então todos olhavam muito, sorriam, faziam joia e muitos diziam “hallo, hallo!”. Dormimos mais duas noites em templos perdidos no meio dos pequenos vilarejos e uma noite em um pequeno hotel, na beira de uma estrada. Lugar simpático, não dos mais limpos e no meio do nada, já que há poucas cidades nas estradas em que estamos.

Andar por estradas menores tem vantagens e desvantagens. A vantagem é a tranquilidade das estradas e o visual, e a desvantagem é que você precisa estar abastecido para cozinhar à noite (e isso significa carregar mais peso, lavar a louça – no escuro, muitas vezes, etc.), enquanto que nas estradas maiores sempre tem uma cidade em que você pode jantar, senão tiver a fim de cozinhar. Por enquanto estamos misturando um pouco de cada. Estamos sempre almoçando em restaurantes, se é que se pode chamar de restaurante. A comida por aqui é bem barata (por 1 ou 2 USD comece-se bem) e há pratos bem gostosos (outros nem tanto). Escolher onde comer é uma aventura, pois muitos restaurantes não têm cardápio e muitos dos que o tem são sem figuras e todo em thai! Às vezes vamos até a “cozinha” e indicamos os ingredientes, ou vemos um prato que alguém está comendo e falamos que queremos um daquele. Mas com um detalhe importantíssimo – sem pimenta! Sério, o negócio deles com pimenta é um caso sério. Tem vez que engasgo, me falta ar e arde tudo só de ficar perto da cozinha deles, imagine comer!

Aos poucos, fomos adquirindo mais experiência e pegando os macetes dessa vida que levaremos por um tempo. Acordar, enrolar o colchão, dobrar travesseiro, empacotar tudo (o que secou e o que não secou) e colocar nos alforjes, desmontar a barraca, tomar café, escovar os dentes e pé na estrada! No meio do caminho é preciso decidir se estoca ou não comida e água, porque nunca se sabe se vai haver algum vilarejo (que não estão no mapa!). No final da tarde, o processo é contrário, desempacotando, armando barraca, além de cozinhar, muitas vezes, lavar e secar louça.

Outra coisa bem diferente são as pessoas, que fazem um alvoroço com a nossa presença, rindo de nós e falando mil coisas que não entendemos. Acham graça do jeito como falamos, de não entendermos o que falam, de tentarmos falar Thai, de estarmos viajando de bicicleta, enfim, de tudo. O povo aqui ri muito e é muito curioso. Quando estamos mexendo em algo diferente, como o filtro de água, as pessoas ficam olhando tanto, com tanta atenção, que o Marcos diz que vai vender ingressos.

Com certeza o conceito de limpeza aqui é diferente do nosso. Os banheiros raramente têm sabonete e não se usa papel higiênico, mas o tal do potinho para se lavar, técnica que ainda não aprendi muito bem. Na cozinha, o conceito de limpeza é também diferente, mas as comidas cozidas são bem cozidas, o que é frito é bem frito e o que é cru não comemos, só quando nós mesmos preparamos. Já comemos em diversos lugares e nada fez mal, até então. O pessoal daqui parece se preocupar com a água que bebe e ninguém bebe da torneira.

Nossa, tem tanta coisa nova que dá vontade de contar tudo, mas vou ficando por aqui!

Algumas cidades visitadas: Chachoengsao, Bang Sang, Prachin Buri, Pak Chong e Wichian Buri.

Facilidades inesperadas: Encontrar lugar para acampar, tomar banho! (Mãe, todos os dias, até agora!), comer muito barato.

Dificuldades: Comunicação, montar a barraca bem e rápido, calor e muito sol, beber água quente durante a pedalada (parece que não mata a sede!), sair bem cedo (arrumar as coisas antes do sol nascer é difícil, por causa do escuro e com lanternas não somos tão rápidos).

Os alimentos mais consumidos no período: arroz (papa e sem sal), sardinha enlatada, noodle, frango, ovo, banana (a preço de banana – uma dúzia por menos de 1 USD).

Dicas:

Alforjes: A ideia é colocar semelhantes junto com semelhantes, do tipo: coisas para dormir tudo junto, coisas para higiene junto, coisas para frio, coisas para calor, e assim por diante, de modo que fique prático para achar. Mas nem sempre isso é 100% possível, pois é preciso equilibrar o peso nos quatro alforjes (dois dianteiros e dois traseiros).

Língua: O pessoal por aqui não faz muita mímica, simplesmente fica falando, crente de que você está entendendo tudo. Temos um bloquinho com algumas frases escritas em Thai (cujo alfabeto é bem diferente do nosso) e algumas “como se lê”, como água, sem pimenta (por questão de sobrevivência), posso acampar aqui, posso tomar banho, remédio, hotel, quanto custa, obrigado, oi. Bem útil! Outras coisas boas são um bloco de papel e caneta, para o caso da comunicação verbal e gestual não rolar mesmo.

Placas: Não confie nas distâncias para cidades que as placas nas estradas indicam – em uma há indicação de uma distancia, e depois de alguns quilômetros em direção a ela, há outra indicando uma distância maior!

Higiene: É bem útil ter sempre papel higiênico e sabonete.

Confiram as fotos aqui!


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13/11/2011 - 19/11/2011 - From Bangcoc to Phetchabun, Thailand
 


On November 13, we finally started going in direction to Europe! We took a train to a station located far from downtown of the Thai's capital. Then, we proceeded by bicycle.


We had already decided to change our route some time ago and, as a result, we're not going to pass through Cambodia. We'd like to visit the Siem Reap's temples - called Angkor Wat - but we wasted our time waiting for my changed luggage. But the weather condition was the main reason that led us to give up, we didn't want to face the Russia's freezing weather (considering the route wouldn't change again). In addition, we got the information that the 360km-long pathway starting in Bangkok didn't have a beautiful view. So, we reformulated the route in order to go toward Northern Thailand. 


The first day was basically an escape from Bangkok. We biked for 70 km toward Chachoengsao, where we arrived late in the afternoon. So, the dilemma came out: Where can we put up our tent? After biking around the town, we decided to ask for a shelter in some temples, which are plentiful throughout the country. We ended up putting up our tent in a Muay Thai boxing ring where orphan children are taught and are cared by a monk who, by the way, welcomed us kindly offering food, bath and water.


Apart from the fact of sleeping in a temple, we realized that the shower and the flush toilet were luxury of Bangkok. We had a cold bucket bath and had to use a squat toilet, whose flushing mechanism is to throw water in it with the aid of little pot.


On the second day, we biked on a quiet narrow road, by the way, a very quiet one.  The landscapes were saturated with water in which we could see different kinds of animals, such as fish, shrimp, and squid. At night, we didn't hesitate in sleeping in a temple with a spacious outdoor area, It was a shelter for some few monks (maybe six monks, I think). We didn't even need an alarm clock because they started singing mantras that reverberated through the temple from a big powerful speaker. That was new to us!


So far, we had biked almost 200 km in a flat land, a completely flat one that was almost at the sea level. But, things changed on the third day when we got in the Khao Yai National Park. We faced a 35km-long ascent, cycling on a paved road which was surrounded by the forest - there were monkeys, birds and even elephants (We've seen only their feces!). We practically slept in a luxurious spa, it was a camping that had shower head (cold shower) and flush toilet. As we ascended almost 1.000m, the climate changed a lot - it was characterized by its cold nights and less sultry days. 


We spent the following day in the camping: we did the laundry, we wrote our posts, we rested, we took a walk, in short, we rested our legs! We did all that in the company of a lot of deer, which were seeking for food throughout the camping.


There, we met a cyclist couple who lives in Australia - Kora and Yan - they were traveling by bicycle from the UK toward Australia! Once the departed in March, they seemed to have background in this kind of trip, so we took the opportunity to share some ideas with them (We realized that we're not on the wrong way!).


We left the park and proceeded toward the North along some slightly busy narrow roads. Then, we took a road in the countryside, where there were lots of cultivated areas - corn, sugar cane, assava, delicious sweetsop, pitaya and rice. We cycled under the heat of the blazing sun for three days(It was very hot, even early in the morning!). Once we weren't passing through places visited by tourists, everyone stared at us: they smiled, they gave a thumbs-up to us and, many of them, said "hallo, hallo!". We slept two nights in lost temples in small villages and one night in a small hotel by the road side (It was a cozy place...not that clean one...and located in the middle of nowhere, there were few towns by the road side).


Cycling across narrow roads has its advantages and disadvantages. An advantage is the tranquility and the view, and disadvantage is that you have to cook in the evening (which means that you have to carry more load, do the dishes in the darkness and so one). On the other hand, there is always a town along larger roads where you can have dinner if you're not in the mood to cook. For the time being, we've been cycling across both large roads and narrow ones. We always have lunch in restaurants (I'm not sure if we can call those places restaurants). The food is very cheap (US$ 1.00 or US$ 2.00) and there are very delicious dishes and also not that delicious ones. Choosing what to eat is an adventure because many restaurants don't have a menu and when there is one, it's written in Thai and there is no illustrations! Sometimes, we have to either go to the kitchen to indicate the ingredients we want or choose the dish by looking what someone else is eating. We don't forget a very important detail - no pepper! I'm not kidding, their taste for pepper is a serious case. Sometime I choke by only staying near the kitchen, imagine what if I eat their spicy food!


Day by day, we started getting more and more experience and learning the ins and outs of the new routine we'll face in the following months: Waking up, rolling up the sleeping pad, folding the pillow, packing everything in the panniers, disassembling the tent, having breakfast, brushing the teeth to finally hit the road! It's important to decide whether or not to carry food and water, because you never know if you'll find a village on the way (they are never indicated on the map!). At the end of the day, you have to do the reverse process: unpacking things, putting up the tent, cooking, doing and drying the dishes.


People's behavior is a little bit weird to us. They just get rowdy with our presence, they laugh at us and speak a lot of things we don't understand. They laugh at the way we talk, the fact that we don't understand them, the fact we try to speak Thai, the fact we're traveling by bicycle. In short, they laugh at everything. Here, people laugh a lot and are very curious as well. When we're handling something unknown to them, like a water filter, they stare at it so much that Marcos said that he'll start charging them (lol).


Here, the cleaning concept, without a doubt, is different from ours. The toilets seldom have soap and toilet paper is not used at all; instead, they use that pot for washing (a technique I haven't learnt very well). In the kitchen, the cleaning concept is different too but the dishes are well prepared (we don't only eat the raw dishes, we eat only those which are prepared by us). So far, we have eaten in several places and we haven't got sick yet. Here, people seem to worry about the water quality, nobody drinks tap water.  


Wow, we've experienced so many new things that I want to write about at once, but that's all for now!



List of visited towns and villages: Chachoengsao, Bang Sang, Prachin Buri, Pak Chong and Wichian Buri.


Unexpected facilities: A place to camp, daily bath (Mom, I've taken a shower everyday so far!) and cheap food.


Difficulties:  Communication, putting up the tent properly and fast, hot weather, the blazing sun, drinking warm water during the ride (It seems that it doesn't quench our thirst!), hitting the road earlier (packing things before the sun rise is difficult because it's dark and we're not so fast handling lamps).


The most consumed food so far: rice (mushy and tasteless), canned sardine, noodle, chicken, eggs and banana (You can get a dozen for a song, only US$ 1.00)



Tips:



Panniers: The idea is to group and store alike stuff, like sleeping, personal hygiene, cold weather, hot weather and so one. So that it gets easier to find them. But, that's not a hundred percent possible, once you have to balance the load on the bikes (two panniers are placed on the front and two on the back).


Language: Here, people don't care if you don't understand what they're saying, they just keep talking. We have a notepad on which we wrote some useful words and phrases in Thai and in the way they are pronounced (Thai's alphabet is quite different from the Brazilian one) - some examples: water, no pepper (it's a matter of survival), can I camp here?, can I take a shower?, medicine, hotel, how much is it?, thank you and hi!. In case of failure in verbal and body language communication, a pen and a piece of paper are very useful.


Traffic signs: Don't trust in the distance data between cities provided by traffic signs - A traffic sign indicates a certain distance but, kilometers ahead, there is other one indicating a distance even greater than the previous one!


Hygiene: It's useful to carry toilet paper and soap, in case you need.

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