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11 de fev. de 2013

Nossa odisséia não para!

 
De Barcelona, Espanha a Cazadero, EUA. De 29/12/2012 a 11/02/2013.

Já faz mais de um mês que partimos da Europa e chegamos aos Estados Unidos.
Para chegar aqui no Centro Budista, não foi lá das coisas mais fáceis não, principalmente nos últimos 20 km, com trechos de até 18% de inclinação. subindo, subindo... neste trecho fomos nos afastando do mar, mas sempre a vista do mar até os 500 m de altitude – incrível, até que em certo momento, no meio de parques e florestas, perdemos de vista o tão belo mar.


Ops, mas a nossa história não começa por aqui! De Barcelona pingamos em Amsterdam e chegamos finalmente no aeroporto de São Francisco: cansados, quase mortos pelo tal do “jetlag” - o sol não se pôs para nós naquele dia, não tivemos noite!!! Algum tempo para passar pelo controle policial na fronteira e estávamos nós, felizes, com as bikes e bagagens em mãos! Montamos tudo e, num cantinho do aeroporto dormimos até o dia seguinte. Dali seguimos rumo à cidade de São Francisco mas, infelizmente, por estrada proibida (freeway), vimos as placas quando já estávamos lá no meio da estrada e antes de pegarmos a saída da estrada um policial com seu alto-falante e sirene nos parou. O policial não foi dos mais simpáticos parecia mesmo um daqueles policiais meio panacas dos filmes. Mas seguimos suas instruções e em poucos minutos estávamos na cidade.
Passamos a virada do ano capotados na casa do Dan – outro Couchsurfer. No primeiro dia do ano, seguimos para Oakland de metrô, já que a ponte para chegar até lá não permite bicicleta. Fomos à casa do Michael, um amigo do amigo dos pais da Lila, e da Jill, sua esposa. Ele nos cedeu seu aconchegante estúdio, onde ficamos uma semana! Aproveitamos para fazer algumas compras e renovar o “guarda-roupas” para os próximos meses, já que nos próximos dias não teríamos mais a mesma vida nômade, passaríamos os dias numa comunidade budista.
Até chegarmos atravessamos a famosa ponte Golden Gate – me senti num filme de Hollywood! Depois pedalamos 2 dias pela estrada litorânea do Oceano Pacífico, onde vimos focas, gaivotas e outros pássaros bem diferentes do que estamos acostumados.


E cá estamos, magrelas descansando um pouquinho, mas nós seguimos suando a camisa nos trabalhos por aqui, nesta comunidade budista chamada Ratna Ling. Trabalhamos no projeto Yeshe De, o qual produz livros sagrados para serem doados para budistas na Índia (monges, monjas e pessoas comuns). O idealizador dessa magnífica expansão do budismo para o Ocidente, bem como da tentativa de não se perder estes conhecimentos valiosos, é o Rinpoche Tarthang Tulku, que mora num monastério chamado Odyan, que fica a 9km daqui. Podemos ver ao longe a cúpula do templo principal e de uma das estupas.
Além de muito trabalho, temos aulas e discussões sobre diversos assuntos relacionados ao budismo, bastante leitura e estudos. Mas também aproveitamos bem as folgas de domingo para sacudir as magrelas e as pernas pelas montanhas e florestas nesse paraíso de tranquilidade.


Em linha reta a costa do Oceano Pacífico fica a aproximadamente 7 km daqui, muitas praias mas muito diferentes das praias brasileiras mas mesmo assim muito bonitas. Estamos no meio de florestas pouco habitadas, muitas árvores, veados, pássaros e até peruas e perus selvagens. Mas nada de comer carne, já que o lugar aqui é vegetariano.
E agora me sinto mais leve após o susto e a cirurgia para retirada do apêndice. Mais uma vez o seguro VITAL CARD/SCHULTZ – nosso patrocinador, nos apoiou neste momento de dificuldade. Já estou de volta em plena atividade!

Algumas cidades visitadas: São Francisco, Oakland, Sausalito, Jenner.
 
Curiosidades:

- Nos supermercados, normalmente consegue-se pagar mais barato quando se compra embalagens tamanho gigante – uma boa para os gulosinhos e para famílias com mais de 10 membros – não é o nosso caso, e mesmo assim os preços ainda não são dos mais amigáveis;

- Os bairros normalmente são bem separados em residenciais e comerciais;

- É impressionante o cheiro de comida pelas ruas. O povo enche restaurantes e cafés até mesmo no café da manhã;

- Aqui parece que todos têm uma carro imenso! Umas caminhonetes tem até 4 rodas em um dos eixos! Haja bagagem!

Dicas:

Camping
- Nessa região, logo após São Francisco (80 km, aproximadamente), pela estrada número 1, é possível encontrar vários parques onde pode-se acampar (mesmo no inverno), pagamos 10 dólares (preço por barraca) num parque muito agradável;
 
- O inverno aqui na costa do Pacífico é frio (principalmente as manhãs – com geadas), mas por onde passamos não se vê neve, alguns pontos com rajadas de vento, as vezes;

- É bom se atentar aos trajetos por aqui pois tem muitas estradas (normalmente as “freeways”) que não permitem a circulação de bicicletas;

  VEJA MAIS FOTOS NO ÁLBUM EUA

28 de dez. de 2012

Tudo volta para onde começou


De Fès, Marrocos, a Barcelona, Espanha. De 30/11/2012 a 28/12/2012

Último capítulo desta primeira temporada, por isso merece algumas linhas a mais, não? Nas novelas, o último capítulo é cheio de revelações e emoções e nossa história não foi diferente, por ironia do destino, já que eu estava desejando que nosso último mês de pedaladas fosse de muita sombra e água fresca. Longe disso.
Já faz tempo que não postamos, então vale recapitular. Paramos em Fès e lá esperamos alguns dias até que o péssimo tempo melhorasse por ali e nos arredores. Muita chuva nas partes baixas e muita neve e frio nas montanhas. Até que este tempinho parado não foi ruim, não. Já estamos reduzindo a marcha, ao menos tentando.
Partimos sob céu azul e sol brilhante em direção ao Médio Atlas. De 400m de Fes, subimos até a cidade seguinte, Immouzer Kandar, a 1.400m. A neve foi surgindo aos poucos até que dominou completamente a paisagem. Apenas a estrada não estava coberta de neve, mas sim forrada de carros com famílias alegres de estarem vendo a primeira neve do inverno.


3 de set. de 2012

Bem vindo à Europa

De Istanbul a Szeged – de 12/08/2012 a 02/09/2012

Após a turbulenta saída de Istanbul (com chuva e carros) atravessamos a parte europeia da Turquia com tranquilidade por uma estrada menor, cruzamos com ciclistas estrangeiros quase todos os dias! Belas florestas e pouco movimento nos deram boas oportunidades para acampar. Para chegar até a Bulgária optamos por pegar uma estrada menos movimentada na Grécia. No caminho cruzamos um casal francês de bicicleta que nos deu mapas da Hungria e da Romênia e demos o nosso da Turquia. Tenho lá minhas dúvidas se vimos uma viva alma grega – estrada e ruas desertas! Mas tudo bem, que fique para outra oportunidade.

19 de jul. de 2012

“Pra lá de Bagdá”


De 03/07/2012 a 19/07/2012 – De Tabriz a Batumi

De Tabriz, no Irã seguimos por uma estrada para a Armênia que logo virou uma pedregosa e íngreme estrada. No topo da montanha a tempestade se formou e vimos povos nômades numa movimentação maluca para tentar se proteger da chuva, nada diferente de nós. Conseguimos abrigo num vilarejo e o tempo se abriu rapidamente, depois de uma xícara de chá com cubos de açúcar.

Nômades no alto da montanha

Nossa ideia era cruzar Armênia e Geórgia para conhecer outros países, sem pedalar muito mais do planejado, que seria ir do Irã diretamente para a Turquia. Está sendo ótimo, pois as paisagens, as pessoas e tudo mais tem sido incríveis, mesmo tendo que cruzar estradas dificultosas. São nessas estradas difíceis é que conseguimos descobrir muitas belezas pouco desvendadas e sem muita interferência humana para tomar banho nas bicas d’água e acampar.
Pegamos o visto mais rápido (10 minutos para emitir) e o mais barato (7,5 USD) de toda a viagem: o visto da Armênia na fronteira com o Irã. E aproveitamos bem esta passagem pelo país: no primeiro dia na Armênia jantamos um churrascão – dia 5 de Julho comemora-se o Dia da Constituição e ainda era aniversário de uma das moças que nos recebeu, motivo em dobro para comemorar com a família que estava “pra lá de Bagdá” de vodca, conhaque e vinho. Experimentamos o vinho de cereja e dormimos por ali mesmo.
Por falar em cereja, as cerejas verdes que vimos no Uzbequistão estão maduras por aqui, assim como os deliciosos damascos e amoras (brancas e roxas) espalhados pelas estradas. Esperamos que as maçãs, pêras e ameixas, ainda verdes por aqui estejam maduras no próximo país.
Além das frutas, a estação das flores está a mil! Flores do campo por todos os cantos, assim como abelhas e apicultores.

Amora gigante

Subimos, descemos, subimos, descemos, passamos por Kapan, dormimos e descansamos duas noites na agradável cidade de Goris num Bed and Breakfast (sem breakfast) muito arrumado. A partir daí cruzamos com muitos estrangeiros de bicicleta: holandeses, alemães, franceses e uma turma polonesa de carro e bicicletas. Num dos sobe-desce descemos até o belíssimo Lago Sevan, acampamos numa mata próxima ao lago, pesadelo: milhares de pernilongos famintos para todos os lados ao nosso redor, pior mesmo foram somente os pernilongos da Geórgia na floresta de pinheiros no caminho entre Adigeni e Khulo, onde atravessamos outro duro passo por estrada de terra.
Na Geórgia vimos alguns fortes, muitas igrejas católicas e curiosos vilarejos no meio das montanhas. Cruzamos a fronteira da Armênia com a Geórgia pelo vilarejo de Bavra na Armênia, rapidamente também, não precisamos de visto, somente de um carimbo. Depois de 15 minutos já estávamos na Geórgia, que frio e úmido que estava por ali! O clima foi esquentando e melhorando conforme fomos seguindo pelas montanhas e baixadas. Do topo do passo Goderdzi descemos até Batumi, e do topo até 20 km abaixo pela péssima estrada de pedra e terra tivemos uma companhia canina, o Brazuca, que nos seguiu, não sabemos ainda o porquê. Quando parávamos ele ia direto pra sombra, bebia as águas que escorriam das pedras e refrescava as patas e barriga na água que corria na beira da estrada, parece ter se divertido bastante! 

Amigo Brazuca

Finalmente chegamos quase na fronteira com a Turquia, na bela cidade de Batumi, na beira do Mar Negro com suas belíssimas praias, uma grande atração turística.
Pra finalizar nossa passagem pela Geórgia demos um mergulho no Mar Negro: praia de pedras e água morna. Nada como um banho para lavar a alma!
Turquia: aí vamos nós!

Algumas cidades visitadas: Norduz – Irã; Meghri, Kapan, Goris, Martuni, Dilijan, Vanadzor, Gyumri – Armênia; Ninotsiminda, Akhalkalaki, Aspindza, Akhaltsikhe, Adigeni, Khulo, Keda, Batumi - Geórgia

Curiosidades:
- Compramos o mesmo remédio para verme que há no Brasil, mas a diferença de preço foi gritante. O preço de um comprimido no Brasil custa o mesmo que 100 comprimidos no Irã! Nessas horas notamos como a indústria farmacêutica rouba!

- A vodka é bastante consumida pela Geórgia e Armênia, mas na Armênia o conhaque é o mais famoso e na Geórgia o vinho;

- O chá no Irã é consumido com açúcar em cubo, colocam-se os cubinhos na boca e depois o chá, já na Geórgia e Armênia o café da América do Sul faz sucesso, mas sem coar, bebe-se a parte líquida e o pó fica no fundo da xícara (chamado de soorch na Armênia);

- Vimos em várias mercearias enlatados de carne bovina vinda do Brasil;

- Vimos pães com formato estranho alongado e curvo aqui na Geórgia.

Dicas:

Dinheiro:
Na fronteira com o Irã com a Armênia há cambistas que trocam dólar e rial por dram, mas a um valor de 3 a 5% superior ao encontrado nos bancos. Entre com um pouco de dram, pois o visto (3.000 drams) deve ser pago nesta moeda.

Vistos:
Armênia: na fronteira com o Irã, por 3.000 drams. Nem foto foi necessário.
Geórgia: Brasileiros, assim como muitas outras nacionalidades, não precisam de visto.

Telefonia Irã: Caso você queira fazer ligação internacional com o chip iraniano, é preciso solicitar no ato da compra. Sem custo nenhum custo isso será feito. Ligações dentro do Irão são muito baratas, em torno de 1.000 Rial/minuto (0,07 USD – varia em função da taxa de câmbio), mesmo para outras províncias. SMS custa 160 Rial. Ligações para o Brasil são também baratas – em torno de 3.000 Rial/minuto (0,15 USD). Nessas horas notamos como as companhias de telefonia no Brasil rouba!

Acampamento e noites de sono:
- Repelente é importante, tivemos perturbações por pernilongos;

- As pessoas são bem amigáveis, nas regiões mais montanhosas onde costuma ser mais difícil acampar pedimos para montar a barraca nos jardins das casas;

- Os hotéis não costumam ser tão baratos quanto nos países anteriores - em média USD 10-20 por pessoa (os mais baratos);


Clima:
- Faz calor de mais de 30°C nesta época do ano, especialmente nos locais mais baixos. Nas montanhas o clima tem sido mais ameno e algumas vezes úmido – Geórgia e Armênia.

Estradas:
- Na Geórgia existem, teoricamente, algumas estradas alternativas, mas na verdade nem todas são estradas asfaltadas mesmo estando nos mapas oficiais, convém verificar bem antes de fazer escolhas.

Internet:
- A internet na Armênia e Geórgia tem sido rápida, mesmo com conexões Wi-fi.

VEJA MAIS FOTOS NOS ÁLBUNS: IRÃ, ARMÊNIA E GEÓRGIA

9 de jun. de 2012

Um “merci” à história persa

De 25/05/2012 a   09/06/2012 – De Teerã a Shiraz


“Merci” quer dizer obrigado em farsi, a língua oficial do Irã, assim como em francês. A língua, assim como outras formas de expressão como a arte, a música, a religião sofreram influência de diversos povos, portanto não será difícil ouvir expressões e palavras de origem francesa (“merci”) e árabe, por exemplo. Aqui foi o berço da civilização persa e possui ainda muitos traços das antigas civilizações. O povo iraniano é acolhedor, amigável e talentoso em receber visitas em suas casas, por isso e por muitas outras razões iremos dizer muitos “mercis” ainda. Talvez tudo isso seja uma herança de Ciro o grande e todo o seu respeito aos povos com suas diferentes culturas durante seu reinado.
Nossas pedaladas começaram a partir do aeroporto internacional de Teerã - Imam Khomeini, já distante 35 km da capital: “Ufa!”, parece que Teerã não tem um bom trânsito para bicicletas. Foram cansativos os preparativos para o voo de Tashkent para Teerã: bicicletas e bagagens a serem empacotadas, noite no aeroporto... mas enfim tudo terminou bem.
Montamos nas bikes e seguimos por 20 km até pararmos para dormir no segundo andar de uma lanchonete, onde um ratinho correu pelos cantos, mas nada demais, demos um jeito de montar a barraca ali mesmo, e deu certo! No dia seguinte ao acordarmos vimos barracas montadas do lado de fora da lanchonete e tudo estava diferente: a maioria das mulheres todas cobertas com roupas pretas (chador), a língua farsi e as comidas. Mais alguns quilômetros rodados e descobriríamos que é comum os viajantes pararem em locais próximos a estrada reservado para camping e piquenique, normalmente estes locais são próximos às entradas das cidades. Algumas vezes vimos multidões de pessoas acampando e fazendo piquenique de dia, de noite e de madrugada.


Nossa primeira etapa de pedalada foi até a cidade de Shahin Shahr, passando por Qom – uma das cidades mais religiosas do país por ter escolas de teologia e filosofia e ser a cidade de formação do principal líder do país nos tempos modernos – diferente, e confesso que ficamos um pouco acuados, pois estávamos e éramos bem diferentes por ali. A passagem por Kashan foi muito agradável, pois no caminho até lá conhecemos Reza, que se tornou um grande apoiador da nossa viagem e amigo. De Kashan, Reza nos levou até Qamsar, pequeno vilarejo onde dormimos. Conhecemos a interessante fama de Qamsar ser um vilarejo que produz água de rosas para o uso regional e até internacional, muito utilizada no setor alimentício e cosmético.


Conhecemos Kashan: jardins, mansões, bazares e também provamos o kebab iraniano. Fomos até Abyaneh – antiquíssimo vilarejo no meio das montanhas com cultura, língua (antigo persa), religião (zoroastrismo) e hábitos muito peculiares e diferentes do iraniano, quase outro país. Com mais de 5.000 anos de existência, o difícil e talvez inimaginável acesso a este vilarejo fez com que o mesmo ficasse isolado e desconhecido por muitos anos de modo a preservar sua antiquíssima cultura até os dias de hoje, sem a influência e o contato com as grandes civilizações dominantes na época.


De Qamsar (1.700 m de altitude) optamos pela estrada no meio das montanhas para chegarmos a Shahin Shahr, cidade vizinha à famosa Esfahan – “Esfahan nesf-é jahan” – “metade das belezas do mundo”, como disse Renier no século 16. Cruzamos vilarejos no meio das montanhas e chegamos aos inesperados 2.740 m de altitude. Mais um dia e estávamos em Shahin Shahr na casa de Sina e sua família, outro grande entusiasta e apoiador de nossa viagem, que nos levou para conhecer as belezas de Esfahan, como o Jameh Mosque, Sheikh Lotfallah Mosque, Eman Square, Eman Mosque, a Ponte Si-o-Se, o Bazar-e Bozorg, o Palácio Chehel Sotum e outros! Mas as amizades e a hospitalidade do povo iraniano não param por aí: Navid e Malihe em Yazd e Marjan e Mehdi em Shiraz, todos eles tem sido grandes apoiadores e companheiros ao longo da nossa jornada.
Nossa viagem sobre duas rodas deu um tempo para podermos explorar um pouco além do que iríamos explorar sobre duas rodas. Deixamos as bikes em Shahin Shahr e fomos de ônibus para Yazd e Shiraz, importantes cidades com historias riquíssimas e calor, muito calor! Yazd é uma das cidades mais antigas do mundo, é o centro do zoroastrismo e fica entre dois imensos desertos, o Lut e o Kavir. Já em Shiraz, uma das grandes atrações é Persépolis, local que foi o símbolo do Império Persa sob o comando de Ciro o Grande e depois de outros grandes imperadores como Dário I e Xerxes I e que, por fim, acabou nas mãos de Alexandre o grande que incendiou parte do complexo quando conquistou a Pérsia. Persépolis tinha como um dos objetivos reunir diferentes povos conquistados (com amplo salão para convidados), ao longo do império persa, através de festividades como o Nauryz ou Nauroz – evento de celebração da chegada da primavera (por volta de 21 de Março) e também guardar alguns artefatos preciosíssimos. Eram tantos que Alexandre o grande precisou de cerca de 3.000 camelos e mulas para colocar tudo aquilo para fora de Persépolis. Além de Persépolis visitamos as tumbas de dois dos maiores e mais famosos poetas iranianos: Hafez e Sadi, envoltas por esplêndidos e agradáveis jardins; próximo a Persépolis fomos até as impressionantes tumbas ditas serem de Dario I, Dario II, Artaxerxes I e Xerxes I no meio da montanha com escritas cuneiformes e com belas ilustrações esculpidas na montanha, realmente impressionante!
 

Nossa caminhada segue com nosso retorno a Esfahan para daí seguirmos pedalando na parte oeste do país, ondea ainde veremos outras cidades e locais históricos, belas paisagens e esperamos fazer muitas outras amizades também!

Algumas cidades visitadas: Qom, Kashan, Qamsar, Abyaneh, Meimeh, Shahin Shahr, Esfahan ou Isfahan, Yazd e Shiraz.

Dicas:

Dinheiro:
O dinheiro oficial do país é o Rial, mas a grande maioria das pessoas usa Toman, que é 10 vezes menos que o Rial. Então é sempre bom confirmar se o valor está em Toman ou Rial. É possível trocar dinheiro (dólar por rial) em bancos ou em escritórios de troca oficiais, o primeiro possui valor desvantajoso e as vezes cobram comissão, já nos escritórios o valor costuma ser vantajoso.

Alimentação:
- É comum alimentos como: chá preto, pães enormes redondos e bem finos, iogurtes salgados, iogurtes com água e hortelã, arroz com açafrão, hortelã, salsa, melão e melancia. Alguns fast foods são bem populares em algumas regiões como o hamburger e a pizza.

Acampamento e noites de sono:
- É possível encontrar espaços, normalmente nas entradas das cidades, onde viajantes param para dormir à noite (ou até mesmo de dia).

Clima:
- Faz calor de mais de 30°C nesta época do ano, especialmente no sul do país. Nas montanhas o clima tem sido mais ameno.

Estradas:
- Existem opções como as highways, com acostamento, que cruzam o país de norte a sul saindo de Teerã até o Golfo Pérsico assim como de leste a oeste. Rodamos por algumas highways como também por estradas menores, normalmente as menores (quando existe opção para seguir pelas menores) têm paisagens mais belas e exóticas;
- Áreas de descanso são muito utilizadas à beira dos desertos nas grandes rodovias: com lojas de comida, água gelada, restaurantes, mosteiro e posto de gasolina.

Internet:
- Muitos sites são bloqueados, como facebook, blogspot e qualquer outro que tenha alguma palavra filtrada pelo governo;
- É comum encontrarmos internet wi-fi nas casas.

Vistos:
Irã: Muitas nacionalidades podem aplicar sem convite (LOI – letter of invitation), mas com isso o processo é mais rápido na embaixada ou consulado. Adquirimos o convite em 10 dias, por meio da agência Stan Tours por 55 USD´cada. Após recebermos o código por email, fomos ao Consulado do Irã em Bishkek, Quirguistão, com duas fotos (mulheres devem estar com a cabeça coberta), cópia do passaporte e preenchemos um formulário. Eles solicitaram seguro viagem, então entregamos uma cópia do nosso seguro. Caso não tivéssemos, eles nos indicariam uma agência que providenciaria um seguro para o Irã.

Extensão do visto iraniano: Dizem que o melhor lugar para extensão de visto é Shiraz. Realmente foi muito fácil. Duas fotos, cópias do passaporte e visto iraniano, formulário e pagamento de 300.000 Rials (18 USD) num banco próximo e só. Conseguimos 30 dias a partir da data de vencimento do primeiro visto.

Curiosidades:
- Voltamos a ver (desde o Brasil não víamos) as pessoas usando xícaras;
- O garfo e a colher são bastante utilizados nas refeições, uma mão segura o garfo e a outra a colher, sem faca;
- As pessoas tem o costume de jantar às 23hs - 24hs, principalmente nesta época do ano (verão);
- Os parques ficam cheios nas madrugadas. As famílias sentem-se ou deitam-se nos gramados para conversar, comer muita melancia, pepino e tomar sorvete, muitos também se divertem jogando bola e brincando no lago. Os iranianos dizem que isso é a única diversão no país, pois o álcool é proibido e não há baladas. 
- É comum entre os homens usar barba e bigode, até que tenho me disfarçado bem como iraniano;
- Dentro dos ônibus municipais as mulheres sentam-se na parte de trás dos ônibus e os homens na parte da frente;
- É comum ver fotos de mártires da Guerra entre Irã e Iraque pelas ruas e também dos grandes líderes religiosos do país;
- Eles fazem muitas piadas e brincadeiras entre si: como com pessoas de outras cidades e regiões e com diferentes sotaques;
- É obrigatório o uso do lenço na cabeça por todas as mulheres, inclusive estrangeiras, apesar das regras serem mais flexíveis para estas;
- Existe uma cidade – Abadan que é fascinada por futebol, especialmente o futebol brasileiro, os uniformes, o brasão do time tem todos com as cores brasileiras.

VEJA MAIS FOTOS NO ÁLBUM 

15 de jan. de 2012

Feliz 2.555!

Posted by Marilia

De 1º a 14 de Janeiro – De Nahim, Laos, a Hoa Binh, Vietnã.

Começamos o ano de 2012 (ou 2.555 no Laos, já que o calendário aqui é Budista) conhecendo a Caverna Konglor – 7,5km de rio dentro da caverna, o que percorremos de barco na companhia da Helena, uma garota russa viajante, muito simpática! Conhecemos também os simpáticos casais Ian e Alexa, dos EUA, e Sara e Steven, da Suíça. Estes estavam terminando a volta de bike da Turquia à Tailândia!
O último dia no Laos foi de congelar! Subimos a estrada úmida, com mata e cachoeiras até a fronteira, na cidade de Nam Phao. Com o vento e a umidade, a sensação deveria estar próxima a 0°C. Nosso óleo de cozinha até solidificou! Entramos no Vietnã e descemos até quase o nível do mar, onde ainda estava frio e úmido, mas menos que na fronteira.
Mudar de país é sempre um pouco estressante – mudança de língua, costumes, dinheiro e clima! É sempre necessário um tempo de adaptação e para o Vietnã, foi preciso mais tempo, pois a mudança foi drástica.
Logo nas primeiras cidades e vilarejos, começamos a buscar por restaurantes no meio de centenas de placas comerciais, que são grandes e coloridas. Identificamos os restaurantes pelas mesinhas que, a propósito, são baixinhas com cadeirinhas de plástico (tipo as infantis, no Brasil). Aprendemos que há diferentes tipos de restaurantes, cujo tipo de comida servido fica indicado na tal da placa. Não há cardápio, o que é péssimo, pois nunca sabemos ao certo o valor da comida, além de dificultar o aprendizado das palavras. Dá sempre a impressão de que pagamos mais, pois eles falam um valor, e na hora de pagar, falam outro. Adotamos a prática de sempre pagar antes de comer, logo que nos falam o preço, e assim não tivemos mais problemas.




A culinária daqui mudou. Ainda há as sopas de noodle e pimenta, mas o povo aqui come mais carne e os pratos são mais fartos, com muito arroz, muitas vezes à vontade, vegetais cozidos, carnes e ovos (acho que de pato e galinha). Outra coisa comum por aqui é pão, que são, normalmente, vendidos em mercadinhos nas ruas e não em padarias. Não se iluda também, pois é raro o pão estar fresco e nunca dá para saber se ele é doce ou salgado.
Após cada refeição, eles mudam para a mesa do chá e do fumo, onde tomam chá verde (tem muita plantação de chá verde por aqui) e fumam um canudo grande, tipo um narguilé rústico. Nos restaurantes, o chão fica forrado de guardanapos e ossos de carne, pois aqui é comum comer e jogar o lixo no chão.
Os franceses que encontramos no Laos tinham nos falado que eles comiam cachorro e comem mesmo. Vimos um cachorro morto e sem pelo em cima de um balcão sendo fatiado. É um tanto chocante para nós ver isso, mas é cultural. Fazemos o mesmo com vacas, porcos, galinhas e tantos outros animais. Vimos um monte de pombas engaioladas em uma feira, da mesma maneira que as galinhas, então talvez seja comum comer pombas por aqui também.
Outra mudança grande foi o trânsito. Aqui buzinar é a regra! Os carros têm diferentes tipos de buzinas: alta e forte, baixa e musicalizada, longa e ecoante e assim por diante. A maioria delas é assim: o motorista toca uma vez e ela fica tocando por alguns segundos! Escolher qual buzina comprar dever ser uma atração à parte por aqui. Acontece que ciclistas e pedestres (com búfalos, vacas e tudo o mais), que têm aos montes, caminham e pedalam tranquilamente no meio da rodovia, então os motoristas buzinam, mas ninguém dá a mínima. Mas muitas vezes buzinam sem razão alguma mesmo, acho que só para não perder o costume. Por sorte, as rodovias não têm muito carros. O povo daqui usa muito motocas e bicicletas. Muitas vezes conseguimos pedalar no acostamento, só não dá quando a estrada fica mais estreita ou quando o acostamento fica forrado de mandioca fatiada ou milho, o que as pessoas deixam para secar!




O povo tailandês e laoense era mais discreto, já aqui o pessoal é mais agitado e atirado, fala meio alto e toca mais, dando tapas de amizade. São muito curiosos e quando paramos para comprar algo, ou só para descansar, as pessoas se juntam aos montes em volta de nós. Às vezes vêm correndo de longe só para nos olhar. Gostam de mexer nas nossas coisas, especialmente nas bikes, acho que pelo fato deles usarem muito bicicleta por aqui. Ficam encantados com o velocímetro, testam os freios, checam se os pneus estão cheios e assim por diante!


Por conta disso, acampar por aqui não tem sido muito fácil. Não vimos mais templos, parar em escolas é suicídio e achar um lugar vazio e “acampável” é complicado – as planícies estão alagadas e barrentas e sempre quando achamos que estamos sozinhos, aparece alguém do nada! Agora sabemos como eles venceram as guerras!
Paramos vez e outra em hotéis, para fazer dia de descanso ou porque não achamos lugar para acampar. Uma vez, perguntamos o preço e o cara mostrou uma nota de 100.000 dongs. Ok, ficamos lá dois dias e quando fomos pagar, ele disse que 200.000 dongs, que era o que demos a ele, era para uma noite apenas. Ficamos putos e dissemos que não e gesticulamos que ele havia mostrado uma nota de 100.000! Foi uma bagunça e até a moça do mercadinho do lado, com quem “conversamos” na noite anterior, apareceu e fazia negativo com a cabeça, como que reprovando o cara. Começamos a lembrar que no dia em que chegamos ao hotel, ele queria ficar com o nosso passaporte, o que não deixamos de jeito nenhum, para irritação dele. Além disso, ele mostrou a nota de 100.000 meio escondido. Começamos a ligar os pontos e vimos que o cara estava querendo dar um golpe mesmo. Tentamos ir embora, mas o cara amarrou a roda do Marcos com um cabo e fingiu que chamaria a polícia. Para nós, seria até melhor, mas ele estava blefando. O Marcos falou para mim “Lila, chama a polícia!”, daí ele soltou a bike e saímos de lá.
Como vocês puderam notar a comunicação não tem sido a coisa mais simples. Raras são as vezes em que encontramos alguém que fale inglês e mesmo o vietnamita tendo alfabeto romano, os acentos para todos os lados e a pronúncia são bem complicados. Mas aos poucos estamos pegando as frases e palavras principais, como os números, quanto custa, carne de cachorro, não, pimenta, etc.
Outra coisa curiosa por aqui é casamento. Eles parecem levar muito a sério, pois vimos em vários lugares, quadros dos noivos, muitas lojas de roupas de casamento e, em vários lugares, homens e mulheres perguntam se somos casados e se temos filho. Quando digo que não temos filhos, eles parecem meio decepcionados.
Mais curiosidades! Aqui passa uma novela coreana dublada para a língua local. Até aí tudo bem, mas acontece que uma mulher dubla a voz de todos os personagens e sempre com a mesma entonação. Cômico! Outra coisa comum são os karaokês. Em toda esquina tem um e o povo canta mesmo, ou melhor, grita mesmo.
E as pedaladas? Ah, tem sido muita e pedalar pelas estradas do Vietnã tem sido assim: muitas montanhas e mata ao redor da estrada, que é um sobe e desce suave, nada muito elevado, por enquanto. Muita buzina e “hello, hello!” na orelha, mas muito mesmo, até desistimos de responder. As motocas que passam por nós são uma atração, pois carregam de tudo: televisão, bicicleta, cachorros, porcos e galinhas engaiolados, árvore (pois é!), mercado (um mercadinho ambulante!), cana-de-açúcar (uma montanha de cana!), pessoas (já vimos quatro em uma motoquinha) e assim vai. Nas bicicletas o pessoal também carrega muita coisa, e sem marchas e muitas vezes com os pneus murchos de tudo.


Bom, o negócio agora é o seguinte: em uma semana pedalamos metade do caminho no país, então temos que pisar no freio, pois queremos entrar na China lá pro final de Janeiro, começo de Fevereiro, para tentar pegar menos frio! Espero que dê certo!

Algumas cidades visitadas: Lak Sao, Nam Phao – Laos. Yen Cat, Khai Son, Cam Thuy, Bo, Hoa Binh – Vietnã.

Dicas:
Khai Són – esse é o nome da cidade em que o cara tentou dar o golpe que contamos acima. O nome do hotel é Huong Thong. Então, não fique nesse hotel!

Passaporte – alguns hotéis pedem o passaporte, mas os idôneos apenas o levam à polícia para que ela faça uma checagem. Nós não damos passaporte para ninguém, mas sim acompanhamos a pessoa do hotel até a polícia. 

Inverno no Norte do Vietnã – O tempo estava úmido, apesar de não termos pego chuva forte, somente garoa. E faz frio! Próximo ao nível do mar está entre 10 e 20°C e nas partes mais altas estava próximo a zero, com bastante vento.

Estradas – Assim como no Laos, é bom sempre se informar sobre a qualidade das estradas que estão indicadas em mapas e placas, pois vimos (e pegamos algumas...) muitas delas em condições bastante precárias – esburacadas, sem asfalto e enlameadas. Além disso, nem sempre as menores são menos movimentadas!

3 de jan. de 2012

Laos, a terra dos contrastes / Laos, the land of contrasts

Posted by Marcos

15/12/2011 a 31/12/2011 – De Luang Prabang a Nahin

Terra dos contrastes: assim denominamos até o momento o Laos, pois o país é marcado por diferenças: planícies = riqueza, capital e cidades maiores, calor; montanhas = pobreza, interior, frio.
Seguindo nosso passo pelo país conhecemos alguns templos pela cidade de Luang Prabang, a grande feira noturna com comidas típicas a ótimos preços e self-service, pães, bolos, muitos artefatos de fabricação manual e caseira como roupas, tecidos e bebidas. Um paraíso para estrangeiros, muitos deles consumindo bastante. Para nós, a pratada noturna e os bolos e pães para o café da manhã estavam perfeitos.
Fizemos nosso merecido dia de descanso, depois da viagem de barco e do cansativo dia da pedalada por terra.
Para os amantes da natureza existe muitas opções de diversão em Luang Prabang como navegar pelo Rio Mekong, visitar cachoeiras e rodar as estradas em busca de belas paisagens e vistas montanhosas. Estamos numa época (meados de Dezembro) em que Luang Prabang tem agradável temperatura diurna e frio de 15 C nas noite. Para quem tem interesse em conhecer o artesanato, a arte e culinária local recomendamos a feira noturna que localiza-se numa região bem movimentada da cidade, ótimas comidas típicas das mais diferentes as mais comuns aos ocidentais. Ou, simplesmente, dar uma volta pela cidade de bicicleta. Não levou sua bicicleta pra lá como nós? (rs) Não tem problema, muitas Guest Houses alugam bicicletas, assim pode-se conhecer muitos locais da cidade que é plana e agradável para passeios de bicicleta. Outra opção de transporte muito comum é o “tuk tuk”, pode-se fazer uma volta pela cidade e cachoeiras por um preço fixo, mais rapidamente e sem cansar,os tuk tuks estão por toda parte.
Saída de Luang Prabang, andamos por uns trechos planos e com descidas até encararmos o primeiro grande desafio de dois grandes que teríamos: subir pelas tão faladas montanhas do Laos. Dali em diante era sobe e desce, subimos e descemos até o Rio Mekong, depois subimos novamente e nos mantivemos numa altitude média de 1.400 m. Pelas estradas vimos como tudo por ali era diferente, poucas cidades, somente alguns vilarejos cravados no meio de matas fechadas e com alta declividade, tanto que mal se consegue plantar uma horta de subsistência, pois de um lado das casas, muitas delas feitas de lascas de bambu seco e trançado, encontra-se a ribanceira e do outro o asfalto da rodovia, o qual se desgasta todo sobrando apenas brita e terra por conta das chuvas e desabamentos. Pudemos observar quantas crianças moram nesses vilarejos, muitas delas vinham em nossa direção ou se mantinham em suas posições mas quase nunca deixavam de nos abanar a mão e dizer algumas palavras soltas em inglês ou simplesmente “Sabaidee” (“Olá” em lao), algumas sem as partes de baixo da roupa num frio...
O dia foi puxado na pedalada, quase 80 km com muita subida, suave, porém constante. Pernas cansadas e não encontrávamos local para acampar, chegando num vilarejo  encontramos um casal de ciclista francês que vinha da Turquia pedalando e já havia passado por países que iríamos passar. Aproveitamos ao máximo para pegar algumas dicas, conversar, rir bastante das histórias, sentados numa varanda com uma magnífica vista de entardecer, fazia frio e havia muita neblina pelos morros. Finalmente jantamos juntos no restaurante ali próximo e fomos dormir.
No dia seguinte saimos com o objetivo de chegar em Phoukon, as subidas não deixavam irmos muito longe, quase mais longe em altura do que em distância (rs). Descemos bastante na saída, em meio a névoa e frio. O dia da chegada em Phoukon foi farto, farto em barganhas na feira, comidas mais baratas e uma cervejinha do Laos no terraço da casa onde ficamos, acampar ainda era nosso objetivo mas estava difícil encontrar lugar no alto das montanhas e matas.
De Phoukon para Kasi, a princípio este era o nosso objetivo, cerca de 50 km, mas dessa vez o percurso foi a nosso favor, uma longa descida com exuberantes picos a nossa vista, de 1.500 m metros fomos a menos de 300 m. Num dos belos mirantes encontramos tailandeses que tiraram fotos com a gente daí a partir de Kasi nos informamos que o percurso seria mais plano até Vang Vieng então decidimos esticar nossa pernada até a cidade que chegaríamos só no dia seguinte. Em Kasi já sentimos um clima bem diferente: calor e muito sol. As próprias pessoas tinham mais calor ao nos recepcionar, agora não somente crianças nos cumprimentavam ao longo das estradas, mas senhores e senhoras.
De Phoukon para Vang Vieng este foi o nosso dia de pedalada e que pedalada! Visual muito bonito! A cada curva da estrada a paisagem se revelava cada vez mais bela com picos desenhados no horizonte que aos poucos íamos alcançando-os. Ao longo deste trajeto nos sociabilizamos: encontramos um rapaz chinês, uma senhora chinesa, um casal suíço e o espanhol Fernando o qual saudamos já bem de bem longe e imaginamos: este é o “sangue latino” no cumprimento e na aproximação calorosa, detalhe: todos estavam na direção oposta. Foi com o Fernando que percebemos que talvez nosso visto na China pudesse durar menos que o programado – 1 mês, prorrogável por mais outro mês, mas veremos...em Vientiane saberemos.

Nas proximidades de Vang Vieng, a estrada 13 está danificada; intercalam-se os trechos de asfalto com terra (poeira) e pedras e o movimento de carros e caminhões aos poucos foiaumentando. A bela paisagem continua a passar pelos nossos olhos e lente da câmera: já próximos do rio algumas pessoas se divertem nas verdes e translúcidas águas.
Vang Vieng, outra cidade do Laos bastante movimentada por turistas que seguem a rota Luang Prabang-Vang Vieng –Vientiane, por esta rota conhece-se regiões mais selvagens e inóspitas – próximas a VangVieng e Luang Prabang pelas cachoeiras, cavernas, rios e quem sabe até um passeio de balão em Vang Vieng, atrações naturais não faltam e opções de transportes também: motocicletas e bicicletas alugadas e “tuk-tuk”-pagos para rodar até determinado. Aproveitamos VangVieng para fazer um dia de descanso, lavar roupas e por as “pernas pro ar”.
Muito movimento saindo de Vang Vieng.  A estrada continua ruim e continuará assim até Vientiane: pedaços de terra e pedras no meio da estrada asfaltada. Encontramos um simpático casal australiano de bike que vinha de Vientiane e já tinha passado pelo Camboja. Chegando em Phonhong comemos e fomos em busca de local para acampar, saco de água para o banho cheio e fomos em direção a um grande rio, desviando um pouco da estrada que segue direto para Vientiane. Tentativa frustrada, pois o rio ainda estava longe e não havia local em condições para se colocar a barraca, em meio a tanto arrozal. Tentamos num templo, e nada. Por fim ficamos numa simples Guest House.
No desvio da 13, pegamos asfalto de primeira qualidade, porém neste desvio totalizam 20km a mais do que o caminho direto para Vientiane. Foi bom ter desviado, apesar do cansaço no final, mas a agradável manhã que passamos compensou, pois a estrada 10 tinha pouco movimento, aumentando um pouco quando chegávamos próximos aos vilarejos.
Enfim em Vientiane! Cidade bem movimentada com grandes palacetes e monumentos, muitos templos e crianças monge a andar de um lado para outro pela cidade com suas sombrinhas e bicicletas. Ficamos numa região turística próxima ao Rio Mekong para pegar os vistos do Vietnã e da China (só um mês mesmo, prorrogável por mais um mês) e curtir a cidade também.
Conhecer a cidade é algo interessante, pois há vários monumentos, templos e muita história para se contar, tem até comidas típicas de outros países como a culinária da Malásia e a indiana, estátuas, o Patuxay (parecido com o Arco do Triunfo francês) localizado numa larga e longa avenida (Lane Xang), o Ho PhraKeo, Sisaket – locais históricos do país e da religião budista que atualmente abrigam museus com estátuas, muitas delas datadas do século XI como a arte Khmer - Ho Phra Keo e imagens e representações do Buda – Sisaket.
Na saída de Vientiane pegamos um desvio para o Bhudda Park, muito interessante, com diversas imagens do Buda e outras do hinduísmo.


A estrada para o parque tem um trecho de 3 km vindo de Vientiane, já próximo ao parque, com estrada muito ruim. Depois voltamos este trecho de terra e pegamos uma estrada que mais parecia uma pista de pouso, reta e plana feita grande parte com cimento e com três faixas para cada mão, apesar do baixíssimo movimento. Logo depois, pegamos uma denominada 450 anos, um “tapete” também até, e finalmente, alcançarmos a 13. Um trecho por ela até 60 km da capital e já encostamos num templo com dois muito jovens monges.

Os outros três dias pela Rodovia 13 foram monótonos – plano, calor e mais carros, ônibus, vans e buzinas. Dormimos em dois templos: um deles com um monge só, simpático e já de idade; e o outro sem monge algum, apenas com um senhor que dormia no salão do templo, à beira do Rio Mekong.
Noite tranquila e partida cedo. A estrada 13 ainda movimentada nos causava certo incômodo, pedalamos pela planície e vento forte contra, a cada vila que passávamos éramos saudados pela criançada, principalmente, que muitas vezes vinham até a nossa direção para nos tocar com a mão. Quando passávamos perto de escolas,então...virava festa! Rolava até alguns rachas com a molecada de bike.
Já no dia 31/12 víamos as casas enfeitadas e as pessoas se preparando para a virada do ano. Resolvemos esticar até uma cidade um pouco maior para fazermos nosso dia de descanso.
Paisagens entre rochedos, com algumas vilas e uma forte subida e depois uma íngreme descida foi o trajeto desde que pegamos a rodovia 8. Encontramos uma dupla de suíços que pedalava na direção oposta, não desenvolvemos tanta conversa, mas nos disseram que na fronteira com o Vietnã fazia frio e chovia e a próxima cidade maior adiante seriaNahin. Foi até lá que seguimos, uma forte subida (com cerca de 3 km) faltando 15 km para chegar e uma longa descida até a cidade. Fomos bombardeados para ficarmos em diversas Guest Houses, era nossa intenção ficar em uma delas, mas antes pesquisaríamos os preços e localização, queríamos sossego. Ficamos numa guest house afastada de toda aum pouco da muvuca e na virada do ano só ouvimos poucos fogos ao longe.

Algumas cidades visitadas: Luang Prabang, Phoukon, Kasi, Vang Vieng, Phonhong, Vientiane, Phaxan, Pakkading, Vieng Khoun, Nahin.

Dicas:

Equipamentos:
- porta-garrafas da Topeak – modelo para garrafas maiores quebrou, não suportou uma garrafa de 1,5 L na parte de baixo do quadro – duração = 1.300km;
- compramos em Vang Vieng uma bolsa resistente a água para colocar a barraca, existem as de pior e as de melhor qualidade variando de 60.000 kips a 130.000 kips é uma alternativa para quem necessita deste acessório.

Alimentação:
- uma boa opção de comida é o “arroz grudento” (stickyrice) além de outras comidas locais (pão - regiões mais turísticas), o arroz além de ser barato sustenta bastante para pedalar.

Acampamento e noites de sono:
- para os acampamentos selvagens (em locais públicos – como matas) no Laos é necessário pedir permissão ao chefe da vila (Nai Ban, em Lao), o mesmo após conceder a permissão irá protegê-lo de qualquer infortúnio;
- é possível encontrar muitas “Guest Houses” ao longo desse percurso que passamos, pois é uma rota turística interessante, não há opção para se acampar próximos amatas fechadas nas montanhas pois acima e abaixo da estrada há morro e mato e alta declividade;
- enquanto aguardávamos os vistos em Vientiane ficamos numa Guest House que não recomendamos: Youth Inn Guest House, baixa qualidade e tratamento nada receptivo.

Clima:
- frio nesta época do ano – é bom se preparar para o frio em locais com altitude de 500 m ou mais, normalmente faz frio de até 10° C.

Estradas:
- a 10 (desvio a partir de Phonhong passando por um grande rio e chegando em Vientiane) é uma boa opção para quem quer fugir do asfalto ruim e desfrutar das belezas do grande rio e mata que se encontra neste trajeto;
- muita atenção ao buscar estradas pelo Laos, muitas delas existem nos mapas, mas são estradas de terra, muita (mesmo!) poeira (época seca) ou lama (época chuvosa). Procure sempre se informar, pois mesmo de moto as pessoas evitam essas estradas;
- aestrada 13 de Vientiane a Vieng Khoun é movimentada em alguns trechos.

Telefonia e internet:
- é até mais barata que na Tailândia (chip 10.000 kip = 1,40 USD e ligação para o Brasil 0,30 USD/min);
- internet é facilmente encontrada na capital e em cidades turísticas.
Laos, a terra dos contrastes – de 15/12/2011 a 31/12/2011 – De Luang Prabang a Nahin.


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From 15/12/2011 to 31/12/2011 - from Luang Prabang to Nahin

Land of contrasts: that's the way we define Laos so far, because the country is marked by differences: plain = wealth, hot weather,  capital and larger cities;  mountains = poverty, countryside, cold weather.
Cycling across the country we found some temples in the city of Luang Prabang, we visited a big night market with cheap typical food and self-service, breads, cakes, handicraft (such as clothing, fabric and beverages). It's kind of a haven for foreigners, there were many of them buying and consuming a lot. For us, the supper, the pieces of cakes and breads for the next morning breakfast were perfect and enough.
We took a day of rest (we needed that!), after a boat trip and a tiring day of cycling.
There is lot of entertainment for nature lovers in Luang Prabang, such as sailing across the Mekong River, visiting waterfalls or riding on the roads in order to find beautiful landscapes and mountain views. We are in a season (mid-December) in which Luang Prabang has a cool daytime temperature and is slightly cold at night (15°C). For those interested in handicraft, art and the local food, we recommend the night market that is located in a busy region of the city, there are great typical dishes from the most common to the most exotic ones. Cycling in the city is another option. Didn't you bring your bike? (lol) No problem! - there are many Guest Houses where bikes are rented, so you can visit many places in the city that is nice and flat for cycling. Another transportation option is the very common "tuk tuk", you can take a tour around the city and visit waterfalls for a fixed price, quickly and without getting tired (you can find a tuk tuk anywhere).
On the way out of Luang Prabang, we cycled through some flat parts of the road and descents as well until we faced our very first challenge (the first of two): to cycle upward the famous mountains of Laos. From that moment on there were lots of slopes, we biked upward and then downward to the Mekong River, then upward again to reach a medium altitude of 1,400 m. From the roads we saw how everything was different in that region, there were few towns, only some villages in the middle of the dense forest built on steep slopes. It's almost impossible to farm in that area because the houses, made of dried  bamboo, are located between the hill and the road (which was in bad conditions due to the rain and landslides). We could observe the children who lived in those villages, many of them came toward us, or just remained where they were, but most of them waved their hands to us and said a few words in English or simply "Sabaidee" ("Hello" in Lao), some of them weren't dressed from the waist down (PS: It was very cold!!).
We cycled a lot on that day, it was almost 80 km of soft climb, but constant. Our Legs were tired and we couldn't find a place to camp, arriving in a village we found a French couple who were cyclists that came from Turkey and had already passed through countries we were going to pass through. We took the chance to get some tips, we chatted and laughed a lot of stories, sitting on a balcony in front of a magnificent view of the evening, it was cold and there was a lot of fog over the hills. In the evening, we had dinner together at a restaurant nearby and finally took some rest.
On the next day, we departed toward Phoukon, the slopes didn't allow us to go far, they were almost longer than the effective distance (lol). At the beginning, we descended a lot through the fog and a cold weather . The day we arrived in Phoukon was full...full of bargains at the market, cheaper food and beer in Laos served on the terrace of the house where we stayed. Camping was still our goal, but finding a place to do so was very hard in the tip of the mountains and in the forest.
Cycling from Phoukon to Kasi for 50 km was our goal so far, but this time the route was on our side: a long descent with stunning mountain peaks as the background. We descended from an altitude of 1,500 m to less than 300 m. In one of the greatest overlooks we visited we met some Thai people who took pictures with us. In Kasi we were informed that the route to Vang Vieng  would be flat, without descending slope, so we decided to proceed our journey. In Kasi we experienced a very different climate: hot and sunny. People themselves were more warm in welcoming us, not only children greeted us along the roads, but ladies and men did the same.
We cycled a lot on the way from Phoukon to Vang Vieng. What a very beautiful sight! On each turn on the road, the landscape looked more and more beautiful, mountain peaks in the horizon were getting closer and closer as we approached. Along this path we socialized, we met a Chinese boy, a Chinese lady, a Swiss couple and a Spanish called Fernando who we greeted from a distance and made us thinking: this is the "Latin blood" in greeting and warm welcome, PS: Everyone was in the opposite direction. It was with Fernando that we realized that our visa in China could last less than what we expected - just one month, renewable for another month, but we'll see ... We'll check that in Vientiane.
Near VangVieng, the Road 13 was in bad conditions; the road had parts paved with asphalt or stones and, some times, was dirt with dust. The traffic of cars and trucks was increasing little by little. The beautiful landscape continued passing by before our eyes and the camera lens. Some people had fun in the green and translucent waters.
VangVieng, another Laos`s city which was very visited by tourists who take the Luang Prabang - Vang Vieng - Vientiane route. Through this route is possible to pass across the wildest and most inhospitable regions - which is next to Vang Vieng and Luang Prabang. There are waterfalls, caves, rivers and it's possible to take a balloon flight in Vang Vieng , there are many natural attractions and transport options as well: like motorcycles, bicycles (rented) and, last but not least, the "tuk-tuk" which are paid to take you wherever you like. We took a day of rest in Vang Vieng, we washed some clothes and the rested our legs.
There was a lot of traffic on the way out of VangVieng. The road was still in bad conditions and it seemed to persist all the way to Vientiane: with dust and some pieces of rocks on it. We met a nice Australian cyclist couple had just come from Vientiane and had already passed through Cambodia. As we arrived in Phonhong, we had a meal and proceeded in search of a place to camp and water for bath. We headed to a large river, diverting a little of the road that would take us straight to Vientiane. We failed because the river was still far away from us and there wasn't any proper place to put up the tent among all those paddy fields. So, we tried to camp in a temple but we failed too. In the end, we ended up camping in a modest Guest House.
In a detour on the Road 13, we changed the route and finally cycled on a top quality asphalt road. On the other hand, we cycled about 20 km longer than if we had followed the previous route to Vientiane. Despite the fatigue, that was a good decision because we had a pleasant morning, the Road 10 wasn't busy all the time, just a little as we approached the villages.
We finally arrived in Vientiane! It was such a busy city, there were big palaces and monuments, temples and many young monks (children) who were walking on the streets handling their umbrellas or riding their bicycles. We stayed in a tourist area near the Mekong River to get the visas from Vietnam and China for just one month, which can be renewable, and to enjoy the city as well.
Knowing the city is quite interesting, because there are several monuments, temples and many history to be told, there are also typical food from other countries like the Malaysian and Indian cuisine, statues, the Patuxay (which is similar to the Arc de Triumph - France) located in wide and long Avenue (Lane Xang), the Ho Phra Keo, Sisaket - historical places of the country and the Buddhist religion which house museums with statues, many of them dating from the eleventh century, like the Khmer art - Ho Phra Keo and images and representations of Buddha - Sisaket. 
To depart from Vientiane, we took a detour to the Bhudda's Park, which was very interesting, with several Buddha's sculptures and others related to Hinduism. 
The last 3 km from Vientiane to the park, the road was in a very bad condition. We came back though this dust road and took another one that looked like a runway (straight and flat). It was paved with concrete and had three lanes for each direction, despite the very low traffic. Later, we cycled on a road named "450 years", very good road until we finally reach the Road 13 South. We were 60 km far from the capital of Laos when we found on the way a temple with two young monks.
The other three days though the Road 13 were monotonous - flat, hot and busy (there were more cars, buses, vans and buzzers). We camped in two temples: there was only one kind old monk in one of the temples and in the other one there were no monks, there was only a man who was sleeping in the hall of the temple, located along the Mekong River.
Nice night and an early depart. The Road 13 was still busy, which didn't take a lot of time to piss us off. We cycled across a flat land and against the strong wind. We were greeted mainly by kids who often came toward us to touch us with their hands. So, it's easy to imagine what happened when we passed by schools, it was like party! We ended up playing with them some time (bike race… lol).
On December 31st, we saw decorated houses and people preparing for the turn of the year. We decided to go straight to big city to take a day of rest.
Landscapes among rocks with some villages, a sharp slope and then a steep descent is the way we describe the path since we took the Road 8. On the way, we met two Swiss guys who were going to the opposite direction, we didn't chat that much, but they told us that it was cold and rainy in the border with Vietnam and that the nearest bigger city was Nahin. So there we went, we faced a steep slope (about 3 km) which was 15 km far from a long descent that would take us to Nahin. We found several Guesthouses to stay, but we intended to stay in only one of them, so we compared the prices and the locations, we wanted a quiet place. We stayed in a guesthouse far from the rush of the turn of the year (we could only hear some fireworks).
 

Some visited cities: Luang Prabang, Phoukon, Kasi, Vang Vieng, Phonhong, Vientiane, Phaxan, Pakkading, Vieng Khoun, Nahin.
 

Tips:
 

Equipment:
 

- The Topeak's bottle holder - The holder specified for larger bottles broke - It did not stand a 1.5 L bottle at the bottom of the frame - It lasted only 1,300 km;
- In Vang Vieng, we bought a water proof bag to carry our tent, there we could find the low and the high quality ones costing from 60,000 kips to 130,000 kips. Is an alternative for those who need this accessory.
 

Food:
 

- A good choice of food is the "sticky rice" and other local foods (such as bread, which is mostly found in touristic areas), rice is a great source of energy, besides the cheap price.
 

Camping and sleeping:
 

- For wild camping in Laos (in public places - such as forests), it's necessary to ask permission the village chief (Nai Ban). After being permitted, you will be protected from any misfortune;
- You can find many "guesthouse" along the way we passed across because that is an interesting tourist route. There is no option for camping in the mountains, there are dense forests, and steep slopes.
- While waiting for the visas in Vientiane, we stayed in a guesthouse which we do not recommend at all: The Youth Inn Guest House: low quality accommodations and bad service.
 

Climate:
 

- It's cold this time of the year - it's good to prepare for the cold in places with an altitude of 500 m or upper, it's usually cold up to 10 ° C.
 

Highways:

- Road 10 (there is a deviation from Phonhong and a river to cross to arrive in Vientiane). That's a good option for those who're looking for escaping from the road in bad conditions and enjoying the beauties of the large river and the forest;
- A lot of attention is required to cycle on the roads of Laos, many of them exist in the maps, but they are dirt roads, lots of them are dust (in dry seasons) or mud (in rainy seasons). Always try to get information, because even motorcyclist avoid these roads;
- Some parts of the Road 13 from Vientiane to Vieng Khoun are busy.


Telephone and Internet:


- It's even cheaper than in Thailand (Sim Card - 10,000 kip = $ 1.40 and a call to Brazil costs $ 0.30 / min);
- Internet access is easily found in the capital and tou.


 
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