4 de abr. de 2012

Feliz ano novo de novo!

Posted by Marcos

De 20/03/2012 a 04/04/2012 – De Urumqi, China, a Almaty, Cazaquistão.

Aqui é ano novo de novo! Nosso terceiro ano novo desde novembro de 2011! Dia 22/05/2012 comemora-se o ano novo pérsico, junto com a chegada da primavera, e aqui estamos nós!
Depois de muita confusão devido ao feriado de Ano Novo Persa (Nauryz): ficamos 3 dias em Huoerguosi, na fronteira da China com o Cazaquistão, esperando abrirem-se os portões. Quando finalmente se abriram, muitos empurrões (até suamos, o que não é muito fácil nesse frio todo), simplesmente porque não se fazem filas; e para entrar no Cazaquistão, alguns metros dali do portão de checagem da China, nos impediram de ir pedalando. Somente de ônibus poderíamos atravessar, o que nos custaria 50 dólares (uma pechincha, não?), pagamos o que tínhamos no bolso, um pouco de Yuan e um pouco de Tenge, no final nem sabemos ao certo quanto pagamos, só sabemos que depois de muita chiadeira nossa conseguimos pagar quase metade do valor inicialmente cobrado, que era um absurdo – 5 minutos percorridos em um ônibus para 40 pessoas mas onde tinham 70. Após tudo isso, passamos tranquilamente por militares que viam nosso passaporte brasileiro e brincavam: “futebol, Ronaldo, Rio de Janeiro”.
Percebemos logo nas primeiras pedaladas como muita coisa estava diferente, as paisagens, as pessoas, as comidas, as estradas, o tempo (não apenas as pelas 2 horas a menos em relação a China). Passamos os dias mais isolados da viagem (até o momento) por quilômetros de paisagem com vegetação do tipo taiga – os famosos pastos do Cazaquistão, montanhas com neve ao fundo e na companhia de ovelhas, vacas, cavalos, burros e camelos, isso mesmo camelos!


De repente, no meio dessa imensidão toda, um cânion, uma garganta, rios bem secos e outros bem turbulentos sendo abastecidos pelas montanhas de gelo conforme a neve ia derretendo. Vimos cemitérios à beira das estradas, muitas vezes um tipo de mosteiro exuberante anunciava ser ali um cemitério.


Nas estradas é engraçado, basta ouvir um assobio de longe e olhar para ser cumprimentado com um erguer de braço ou, quando próximos, com um aperto de mão. Algumas vezes o jeito de “conversar” (se é que conseguimos conversar) e cumprimentar nos faz imaginar que somos amigos de longa data. Muitos carros antigos, da década de 90 e vários de fabricação russa circulam pelas estradas, como se tivéssemos voltado no tempo. As vilas são rústicas e as casas são rodeadas com cercas bem baixas e, engraçado, a maioria dessas cercas era azul, talvez para representar a principal cor da bandeira do país.
As comidas estão sendo muito bem aproveitadas, pois caíram bem no nosso gosto e necessidade: pães, queijos e diversos derivados do leite, embutidos de diversos tipos de carnes (inclusive cavalo), kebab (uma pilha de carne em um espeto vertical gigante), os pastéis (assados ou fritos com recheios de abobrinha, batata, repolho, carne de boi, ovo, e outros), e claro não podemos nos esquecer da maçã. Dizem que no Cazaquistão, especialmente na Província de Almaty (alma ata – pai das maçãs) é um dos centros de origem da maçã, pode-se encontrar algumas verdinhas por um preço melhor, 150 tengs/kg = 1 USD, e são deliciosas! Em alguns vilarejos vimos que parece haver grave escassez de água, com jarros de água no lugar das torneiras já secas.

E finalmente, após alguns dias de pedalada, chegamos em Almaty, para decidir os vistos para os próximos países e também conhecer a cidade grande por aqui, porque não? Cidade realmente grande com muitas opções de lazer, para quem gosta de fazer compras (de artigos esportivos – esqui, mountain bike, camping a artigos de luxo), passear nos parques e praças (são grandes e numerosos), conhecer as belas igrejas católicas e mosteiros ou tomar um café ou chá com leite nos badalados cafés das grandes avenidas.


Nem Rússia, nem Azerbaijão e nem Uzbequistão (pelo menos agora), mas Quirguistão: nosso próximo destino!

Algumas cidades visitadas: Almaty, Koktal, Zharkent e Chilik – Cazaquistão; Yining e Huoerguosi - China

Curiosidades: o russo é a segunda língua mais falada no país, e sua pronúncia é similar ao português o que facilita o uso do livro de frases úteis, porém o alfabeto cirílico complica a leitura; muitas pessoas usam dentes de ouro; fui cumprimentado diversas vezes com as duas mãos ao redor da minha; leites e derivados com mais gordura são mais caros; vi homens se despedindo ou se cumprimentando com beijos no rosto; há carros com volante tanto do lado direito quanto do lado esquerdo; aqui se bebe chá com leite.

Dicas:

Hotéis em Almaty: não existe opção barata, o mais barato que encontramos foi o Hotel Saulet – 20 USD por pessoa, quartos bastante simples com banheiro, mas chuveiro separado, atendimento razoável, café da manhã simples e com Wi-Fi por 500 tenges (3,5 USD por 3 horas) o qual não estava funcionando, as bicicletas tiveram que ficar amarradas no primeiro andar por 200 tenges/bicicleta/dia = 1,3 USD.

Bicicletarias: 4 lojas da Extremal – mecânica e algumas opções de equipamentos e artigos esportivos; Urban Athletic – mecânica e várias opções de peças e artigos esportivos.

Visto para o Quirguistão em Almaty (turismo, 30 dias) - não foi necessária carta convite (letter of invitation – LOI). Havia duas opções para o prazo de liberação do visto: normal - expedido em 2 semanas por 65 USD e o expresso – de 1 a 3 dias por 115 USD. Sem comentários. Pagamos em tenge e o visto ficou pronto em 2 dias.

É sempre bom se informar a respeito de feriados no mês de aplicar o visto ou para passar por uma fronteira, pois pode haver atrasos por paralisações.

No trecho Khorgos – Almaty as cidades e vilarejos são distantes, com até 80 km de distância entre um e outro seguindo pela estrada principal, por isso é conveniente preparar um leve estoque de comida e água.

No portão da fronteira do lado chinês pode-se comprar tenge com facilidade por uma taxa de câmbio razoável, já que há muita concorrência entre os cambistas. Não vimos nenhum tipo de troca oficial.

Registro: não há registro na fronteira e tivemos que nos registrar em até 5 dias em Almaty. Demorou 5 minutos para registrar no escritório da policia (OVIR). No hotel Saulet, nos indicaram uma agência de viagens que cobraria 1.000 Tenges (6,5 USD) por registro. Não são todos os países que precisam se registrar.

3 comments:

Anônimo disse...

Surpreendente!!! Maravilhoso!!! De arrepiar!!!Não existem outras palavras... Que Deus os abençoe...Carmem e Odeval.

Anônimo disse...

Quanta coragem e espirito de aventura. Voces terão muitas historias para contar.

Vareta disse...

Parabéns Lut!
manda notícias companheiro!

Postar um comentário

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | free samples without surveys